A iniciativa é uma oportunidade rara de aproximação entre o público e a artista, que abordará seu processo criativo e exercício de ateliê. Niura e Alex propõem um modelo de visitação dialógica e participativa, que contribua efetivamente para a construção de outras perspectivas históricas e novas narrativas do simbólico.
A mostra, que reúne 100 obras inéditas e celebra os 35 anos de percurso artístico de Bellavinha, chama a atenção para a história colonial do Brasil, de Minas e do próprio Museu, a partir de pinturas e esculturas feitas com pigmentos oriundos de rejeitos de mineração. Sob a curadoria de Ana Avelar, Pranteio dá continuidade ao "Programa de Intervenções de Arte Contemporânea", que estimula diálogos entre o acervo do Museu da Inconfidência e proposições de artistas contemporâneos consagrados.
O que o público verá
A entrada é pela Sala das Origens, que reúne pinturas da artista, em contraponto aos retratos do Rei e da Rainha de Portugal. A segunda parada é na Sala da Construção Civil, que exibe pinturas misturando pó de pedra-sabão com tons avermelhados e terrosos. Em seguida, o visitante passa pela Sala do Transporte, onde há pinturas com tinta feita a partir de terra da Serra do Caraça. O quarto ponto da visita é a Sala do Trabalho e da Mineração, onde há pinturas com terra de rejeito. Na Sala da Inconfidência, a artista instaurou um trabalho translúcido, em diálogo com pinturas do acervo. O percurso chega ao Panteão, que guarda os restos mortais de duas personagens incontornáveis da Inconfidência Mineira. As salas seguintes, da Vida Social e do Império, recebem pinturas-murais que remetem à flora brasileira. A visita continua pelo Pátio a céu aberto, que exibe pinturas com oito metros de altura, feitas com terra e óxido de ferro. No segundo andar, o percurso se encerra nas salas dedicadas a dois expoentes do barroco mineiro: Ataíde e Aleijadinho.
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