A maioria dos negócios familiares mineiros conta com a presença de cônjuges ou companheiros.
Em Minas Gerais, quatro em cada dez pequenos negócios são empresas familiares. É o que aponta a pesquisa “Negócios Familiares”, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas). O estudo apresenta as vantagens e os desafios relacionados a este modelo de gestão.
Conforme o levantamento, quase metade dos empreendimentos familiares conta com dois membros da família diretamente envolvidos no negócio. Outros 24% possuem três pessoas da mesma família no comando e 11% das pequenas empresas de Minas contam com quatro parentes envolvidos.
A maioria (56%) dos pequenos negócios mineiros – que incluem microempreendedores individuais (MEIs), microempresas e pequenas empresas – contam com a presença de cônjuges ou companheiros, seguidos pelos filhos e irmãos, com 34% e 19% das empresas, respectivamente.
Dentre os entrevistados, 55% apontam a satisfação de trabalhar próximo da família como o principal ponto positivo deste modelo de gestão e 54% destacam o maior comprometimento com o sucesso do negócio. Para 53% dos respondentes, a grande vantagem está na flexibilidade em horários e rotinas.
Ainda conforme o estudo, os outros benefícios apontados são: maior autonomia na definição de planos e estratégias (42%), transmissão de conhecimento entre gerações (38%) e a segurança de não ser demitido (16%).
Dicas para o processo de sucessão em negócios familiares
O Sebrae Minas aponta para a necessidade de planejar a sucessão no momento em que o proprietário ou proprietária está pensando em sair do negócio, para garantir a sustentabilidade e a longevidade do empreendimento. A instituição dá algumas dicas para evitar conflitos e realizar uma transição bem-sucedida.
Uma das dicas é evitar tratar o negócio como uma extensão da família. Segundo o órgão, é preciso profissionalizar a gestão, mesmo em um ambiente com laços afetivos. O Sebrae Minas também ressalta a importância do planejamento de sucessão empresarial com antecedência, visando garantir um processo estruturado.
Outro ponto importante é a definição de papeis e regras, por meio da formalização das responsabilidades e da criação de regras claras para a transição e para a promoção do diálogo entre os envolvidos. O foco na transparência também é algo necessário, envolvendo toda a família no processo decisório para evitar conflitos e fortalecer a confiança.
Além disso, o Sebrae Minas ainda destaca a importância do trabalho de capacitação dos sucessores. Conforme o órgão, é preciso investir em treinamentos específicos para os herdeiros, como cursos de gestão e finanças, além da busca por consultorias especializadas e da participação em programas que auxiliam no planejamento sucessório.
Programas de capacitação do Sebrae Minas
O Sebrae Minas oferece consultorias e programas de capacitação para ajudar empresários a estruturar a sucessão do negócio. Este tipo de iniciativa tem apoiado a transformação de empresas geridas por famílias, tornando-as mais competitivas e sustentáveis.
Para o presidente do conselho deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva, o apoio aos pequenos negócios familiares significa fortalecer a economia, preservar histórias, valores e legados construídos pelas gerações.
Ele ainda aponta que a transição familiar é um momento importante para a continuidade dessas empresas, e que o órgão está comprometido em oferecer as ferramentas e o suporte necessário para que esse processo ocorra de forma estruturada e sustentável.
“Com planejamento e capacitação, é possível transformar os desafios da sucessão em oportunidades de crescimento e inovação, garantindo que esses empreendimentos continuem contribuindo para o desenvolvimento de Minas Gerais”, afirma.
Foto: Sebrae Minas / Divulgação