Quando assassinatos em série começam a acontecer em uma cidade pacata, veteranos da força policial se mobilizam para desvendar os mistérios por trás dos crimes hediondos. Os detetives Bill e Romana, a advogada Emma, a policial Alisson e o delegado Bartolomeu, principais personagens do livro O Fruto Proibido, unem esforços para encontrar respostas na medida em que lidam com os próprios problemas internos.
Escrita por Carol F., esta obra utiliza os elementos clássicos do suspense policial, como o mistério em torno da identidade do suspeito, a investigação repleta de momentos angustiantes e a revelação do culpado nos últimos momentos da trama. Além de recorrer aos enigmas típicos do gênero, a narrativa é não-linear e conta com alternância de pontos de vista. Assim, os leitores não apenas embarcam nas complexidades humanas, como também conhecem as profundidades da mente do vilão, cuja identidade permanece secreta a cada virar de página.
Para adentrar nos dilemas morais inerentes da existência, a escritora revela as contradições de todos os personagens. Bill está no auge da carreira, porém passa por desgastes no casamento após diversas frustrações; Emma enfrenta grandes desafios amorosos e questiona as escolhas de vida; Bartolomeu está perto de se aposentar, mas, ao se envolver neste caso, tem medo de estremecer a boa reputação que construiu durante décadas; e Romana é corajosa, entretanto ainda convive com muitos traumas devido a um relacionamento abusivo e, por isso, não consegue se abrir para novas experiências.
O mundo não ficaria mais bonito, se ele mudasse. As pessoas não seriam mais gentis e bondosas, se ele parasse. E sua fúria não diminuiria, se ele não continuasse. Esse era ele, desde o início e desde sempre, até o fim. (O Fruto Proibido, pg. 133)
Ao apresentar as trajetórias distintas dos protagonistas unidos por um objetivo comum, o enredo atravessa temas como os impasses diários na busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a dificuldade de se mostrar vulnerável e a necessidade intrínseca dos seres humanos de encontrar alento uns nos outros. Ainda retrata as consequências da violência contra as crianças e expressa como as sombras do passado reverberam de forma silenciosa na construção da personalidade dos indivíduos.
A escritora desafia os limites entre a bondade e a maldade quando escreve sobre gente emocionalmente complexa, com uma bagagem extensa de perdas, amores, traumas e revoltas. “O Fruto Proibido foi escrito imbuído de sentimentos pessoais. O livro reforça que, ao final de tudo, o que deve prevalecer é o amor e o perdão. É através da história dos personagens que o leitor constata que todos nós temos a possibilidade de sermos felizes, independentemente dos caminhos do passado trilhados”, explica Carol F.
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