Aumento das infecções se deve à ampliação de acesso ao teste rápido e à redução do uso de preservativos pela população.
Doença silenciosa, grave, capaz de deixar lesões neurológicas e até matar, a sífilis avança em Minas. A média mensal de diagnósticos saltou de 1,7 mil em 2022 para 1,9 mil neste ano. São 63 novos casos por dia no Estado. Em alerta, autoridades prometem ações de sensibilização para prevenir a enfermidade e incentivar a testagem, que é gratuita e está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), com resultado liberado em cerca de 30 minutos.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o aumento dos registros se deve à ampliação de acesso ao teste rápido e à redução do uso de preservativos pela população. A referência técnica da Coordenação Estadual de IST/Aids e Hepatites Virais da SES, Talane Alcântara, destaca ainda a preocupação com a transmissão de forma vertical, da gestante para a criança.
“O diagnóstico é feito de forma simples e gratuita e o usuário deve buscar o resultado, sendo sintomático ou não. Caso sejam observados sintomas, o tratamento é oferecido na própria unidade de saúde”, afirma Talane.
Segundo ela, ações de conscientização estão sendo feitas ao longo do mês, marcado pelo dia de combate à doença, no último sábado. “Nós desenvolvemos algumas ações, orientadas pelo Ministério da Saúde, como a descentralização da testagem rápida para atenção primária, como forma de facilitar e agilizar o diagnóstico, disponibilizamos o tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) e encaminhamos os insumos de prevenção, como os preservativos masculino e feminino, para todas as redes de atenção”, diz.
No território mineiro, a sífilis é considerada um grave problema de saúde pública. A infecção sexualmente transmissível (IST), causada por uma bactéria, pode se manifestar com sintomas discretos, o que reforça a importância de alertar a população quanto ao uso do preservativo.
Na fase primária, o período de incubação varia de dez a 90 dias. Nesse período, ocorre o aparecimento de uma lesão única, na vulva, ânus, pênis ou mucosa oral, sendo denominada “cancro duro”. É indolor, não provoca coceira e desaparece de forma espontânea, independentemente de tratamento. Por isso pode não ser notada pelo paciente.
O SUS disponibiliza a benzilpenicilina benzatina como tratamento, sendo o mais eficaz para a infecção, sobretudo para as gestantes. Para as demais pessoas, há outros medicamentos que podem ser usados, de acordo com a avaliação médica.
* Com informações da SES-MG
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