A ARTE ALDRAVISTA, por Danilo Gomes, membro da Academia Mineira de Letras.
Andreia Donadon Leal é um nome em crescente ascensão, no mágico território das letras literárias e das artes plásticas. De há muito rompeu as fronteiras de sua natal Itabira drummondiana, Santa Bárbara, Viçosa, (cidades onde estudou) e Mariana, onde mora há mais de duas décadas. Ganhou praças mundiais, “Oropa, França e Bahia” (como dizia o saudoso Jair Silva). Tornou-se conhecida internacionalmente, recebendo vários prêmios além-mar. Fez exposições de pintura em vários países. Até no Louvre!
Os quadros que nossa artista apresenta nessa exposição primam pelo estilo límpido, depurado e de refinada elegância. Quadros construídos com acrílico e nanquim, eles se mostram um suave e ao mesmo tempo marcante festival cromático, seja em “Luminescência” ou “Canteiro de Sedução”, seja em “Flores do Asfalto” e “Boqueirão das Flores”.
“Aldravinturas”: muita cor, nenhum limite! E a nossa pintora declara francamente sua estética: “Minha obra não é abstrata, nem impressionista; é aldravista.”
Exposição Aldravinturas – muita cor, nenhum limite
Por: J. B. Donadon-Leal – Doutor e Pós-doutor em Semiótica
A Exposição Aldravinturas – muita cor, nenhum limite mostra horizontes da linguagem visual metonímica, não figurativa – trata-se de Arte Aldravista. A Arte Aldravista é uma poética icônica, poética plástica, de figuração por indícios, correspondente à figuração linguística realizada pela metonímia. Não é arte abstrata, pois a artista, Andreia Donadon (Deia Leal) tematiza e intitula todas as peças icônicas. Cada título é uma leitura pareidológica da cena icônica empreendida pela artista, como pista propulsora a outras incursões por imagens ocultas, conforme os estímulos ou as histórias de vida de cada espectador. Aldravintura é um neologismo que resulta da amálgama da expressão: aventura de pintar arte aldravista.
As coleções
Portais: (Portal, Portal do Vertedouro e Portal da Partida) são expressões indiciais, metonímias, de passagens subterrâneas, incrustações de galerias na terra, motivo denominador de Minas Gerais – as minas de ouro, no Vertedouro e de outros minerais em Portal.
(Portais da Devastação) são expressões metonímicas de um dos maiores problemas da atualidade, as queimadas que devastam santuários ambientais. Uma sucessão de telas indica o processo doloroso das queimadas – do fogo sobre o verde ao ambiente em cinzas.
Florais: A Arte Aldravista de Andreia é metonímica, de provocações por indícios de flores, numa aposta à ativação de processos de leitura icônica por pareidolia.
Indumentárias: peças de roupas que fizeram parte da indumentária de alguém são suporte para a pintura interventiva de cunho biográfico, provocador de memórias ou lembranças das pessoas que as utilizaram.
Andreia Donadon Leal (Deia Leal) é artista plástica do Movimento de Arte Aldravista com ateliê em Mariana, MG, especialista em Artes Visuais, mestre em Literatura e doutora em Educação, já expôs em várias galerias nacionais e internacionais, com destaque ao Museu do Louvre, e foi premiada no Brasil e no exterior, com destaque a prêmios na Espanha e na Itália. Possui obras no Museu Antonio Gualda de Arte Contemporânea de Durango, México; Galeria da Academia de Letras e Artes de Portugal; no Museu Internacional de Arte de São Gonçalo – MG, na Pinacoteca da UFV (Viçosa), Galeria Renato de Almeida, Juiz de Fora, acervo de artes do Superior Tribunal de Justiça – Brasília, DF, entre outros.
Foto: Convite / Divulgação