A Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) está comemorando o retorno às salas de aula de mais de 68 mil estudantes que estavam infrequentes no primeiro bimestre deste ano. Esse é um número recorde na rede estadual, em se tratando de um bimestre escolar. A boa notícia é resultado de um trabalho coordenado pela secretaria estadual de Minas, por meio do recém-criado “Plano de Enfrentamento ao Abandono e à Evasão Escolar nas Instituições Estaduais”.
O plano está sendo implementado em toda a rede, de forma a monitorar e desenvolver ações específicas nas 3.424 escolas estaduais de Minas Gerais. Por meio dele é feita a identificação, o mapeamento e a mobilização da rede para localizar os estudantes infrequentes ou que abandonaram a escola, a fim de reintegrá-los ao ambiente educacional. O projeto se estrutura em três frentes de trabalho: a Busca Ativa, o Diário Escolar Digital (DED) e a garantia dos direitos de aprendizagem.
“Este é o maior número de estudantes que retornam para a escola em Minas Gerais. Com uma ação específica e planejada pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, reconquistamos esses alunos. Os que não voltaram ainda estão sendo acompanhados pela rede de proteção. O nosso plano de enfrentamento tem um programa de acompanhamento individualizado dos estudantes com categorização de quais são as dificuldades que eles possuem para o retorno às atividades escolares", explica o secretário de Estado de Educação de Minas Gerais, Igor de Alvarenga.
O plano reúne um conjunto de estratégias interinstitucionais, dada a complexidade das situações, que pode englobar além das unidades escolares, o Conselho Tutelar, o Ministério Público, os Centros de Referência da Assistência Social (Cras), os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) que atuam como rede de assistência.
Segundo o subsecretário de Articulação Educacional da SEE/MG, Gustavo Pedroso, responsável pela política da Busca Ativa Escolar, será disponibilizada uma cartilha voltada à comunidade e gestores escolares. “Estamos fazendo o acompanhamento e uma campanha mais próxima das escolas sobre o lançamento de notas e frequências dos bimestres do ano letivo. Assim, poderemos monitorar os dados do rendimento escolar, principalmente, as taxas de reprovação e abandono escolar dos anos anteriores para a projeção de metas”, explica o subsecretário que ressalta, ainda, dados significativos que a Busca Ativa já alcançou este ano.
“Nosso primeiro bimestre foi finalizado no início de maio e neste período, fizemos o acompanhamento do processo da Busca Ativa. Temos ainda um percentual de estudantes ausentes, mas estamos em diálogo com os órgãos competentes, como os Conselhos Tutelares e o Ministério Público, para resgatá-los”, afirma Gustavo Pedroso.
Dados do primeiro bimestre de 2023 apontam que dos 103,9 mil estudantes do ensino fundamental e médio detectados com mais de 25% de faltas, 66% já foram identificados pela escola e trazidos de volta à rede de ensino. Isso representa 68.409 estudantes de volta às salas de aula.
No grupo de estudantes ausentes estão aqueles que migraram para outras redes de ensino (municipais ou privadas), além daqueles que enfrentam diferentes dificuldades para frequentarem as aulas. Nesses casos, os gestores escolares seguem realizando contato e mobilizando a rede de assistência dentro de cada realidade.
Busca Ativa ocorre desde 2019
Realizada de maneira ininterrupta desde 2019, a Busca Ativa teve importância ainda maior durante as dificuldades impostas pela pandemia da covid-19 e o ensino remoto. Em 2020, já na pandemia, a busca pelos alunos que não estavam participando ativamente das atividades remotas foi intensificada, a partir de um acompanhamento sistêmico, e resultou em mais de 30 mil alunos de volta aos estudos, número ainda superior ao do ano anterior, 2019, quando cerca de 15 mil retornaram à escola. Já em 2021, o número foi ainda mais significativo: cerca de 45 mil alunos foram localizados e trazidos de volta para as atividades escolares. Em 2022, foram 55 mil estudantes.
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