Participantes de audiência também denunciam a morosidade da publicação de aposentadorias e cobram fim do desconto previdenciário e pagamento de direitos adquiridos.
Os aposentados da educação básica não têm encontrado a tranquilidade que esperavam depois de décadas de serviços prestados na rede pública, por não conseguirem arcar com despesas básicas nem terem acesso ao atendimento de saúde que necessitam no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (Ipsemg).
É o que relataram representantes da categoria reunidos em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, nesta quarta-feira (14/06), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Sobre os proventos de aposentadoria, além da queixa comum aos trabalhadores da ativa quanto aos baixos valores em si, inferiores ao piso nacional, se soma o desconto previdenciário que passou a ser cobrado de quem ganha acima de três salários mínimos após a reforma da previdência estadual. Antes, só quem ganhava acima do teto do regime geral de previdência contribuía.
Segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), 38% dos aposentados que anteriormente à reforma estavam isentos passaram a ter o desconto em seus rendimentos.
Essa nova realidade, junto aos gastos com medicamentos e consultas a especialistas que costumam vir com a idade, tem feito muitas famílias fecharem o mês no vermelho e terem que recorrer a empréstimos para bancar o mínimo. Diversos participantes da audiência pediram, então, o fim do desconto previdenciário.
Atendimento precário
Ângela Damasceno, educadora de Curvelo (Região Central), se aposentou por invalidez por causa de um câncer, mas teve que recorrer ao Ministério Público para conseguir ao menos o transporte para o tratamento até a Capital, que estava muito pesado no seu orçamento.
Ela foi mais uma a se queixar também da dificuldade de atendimento pelo Ipsemg, principalmente no interior. João Henrique Gomes, aposentado de Governador Valadares (Vale do Rio Doce), reforçou que consultas com especialistas são especialmente difíceis.
Na mesma linha, Maria Ferreira dos Santos, de Unaí (Noroeste), que tem doença de chagas, lamentou o fato de o Ipsemg não cobrir os exames caros que precisa realizar periodicamente, resultando em gastos superiores aos seus rendimentos.
Gérson Guedes atuou por mais de 20 anos como diretor de escola e relatou que os professores estão precisando recorrer a cestas básicas.
Foto; Divulgação