O Programa Desenrola Brasil (Medida Provisória 1.176), que oferece condições especiais para renegociação de dívidas, foi lançado na última terça-feira (06/06/23), pelo Governo Federal. Serão beneficiadas as pessoas físicas inadimplentes que ganham até dois salários mínimos por mês e possuam débitos inferiores a R$ 5 mil e também as que têm dívidas com bancos. Quem estiver nessa situação deve aproveitar a oportunidade para limpar seu nome nos órgãos de proteção ao crédito. Mas o principal é cuidar para evitar novas dívidas que comprometam sua vida financeira. O Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) preparou algumas dicas para ajudar os consumidores a equilibrarem seu orçamento, por meio de um melhor controle de gastos e de ações para evitar o endividamento.
“Contas em atraso, empréstimos bancários e o chamado “crédito rotativo” do cartão são algumas das armadilhas que drenam o orçamento do consumidor por causa dos juros abusivos que trazem”, lembra o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa. “Atualmente, de cada dez pessoas que comparecem ao Procon, seis estão em busca de ajuda para resolver problemas de dívidas”, afirma.
Algumas medidas simples podem não apenas garantir que o dinheiro dure até o fim do mês como também, em muitos casos, permitir uma poupança para gastos inesperados no futuro.
A primeira coisa a aprender e ter consciência da real capacidade da sua renda. Isto é, se seus vencimentos são modestos, não dá pra sair por aí pendurando as compras no cartão de crédito, porque a fatura vai chegar e é bem possível que você tenha dificuldade em quitá-la integralmente.
Assim, para quem não tem controle sobre o cartão de crédito, o melhor é nem ter um. Mas se tiver, determine um limite total para suas dívidas, incluindo a do cartão, que não ultrapasse algo em torno de 30% dos seus vencimentos. Ou seja, todas as dívidas somadas, como empréstimos, prestações diversas e fatura do cartão, entre outras, não devem representar mais que 30% do que você ganha.
O óbvio tem que ser dito, apesar de ser óbvio: é preciso saber não gastar mais do que se recebe. Nada de pedir empréstimo bancário para financiar aquele produto que você tanto deseja. Tenha disciplina para juntar mensalmente o valor que você pagaria ao banco pelo empréstimo. Com o dinheiro na mão, aí sim vá comprar o tal produto à vista. Você vai conseguir até um desconto, pode crer. Isso é educação financeira.
O seu estilo de vida tem que ser proporcional à sua renda mensal. Querer impressionar os outros com itens que estão fora da sua realidade só vai fazer você se afogar em dívidas.
Pague em dia suas contas, principalmente as que são essenciais: água, energia e telefone entre elas. Sua renda “real” é o que sobra depois disso. Portanto, seu planejamento tem que ser feito a partir daí.
Divida seus rendimentos mensais em três partes iguais: uma para seus gastos do dia a dia (alimentação, contas de energia e luz, habitação, transporte etc.); outra para uma poupança mensal para ser usada em caso de emergência; e outra para pagar eventuais dívidas, se tiver. Se não tiver, poupe essa parte também.
Com um controle rígido de suas despesas, você vai conseguir evitar os famigerados empréstimos bancários.
A parte do seu vencimento mensal que for poupada deve ser tratada com muita disciplina. Ela só deve ser usada mesmo em uma situação de emergência. Não fraquejar diante de uma oferta que parece tentadora é uma tarefa difícil, mas necessária.
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