A Força-Tarefa Previncêndio, programa de combate a incêndios florestais do Instituto Estadual de Florestas (IEF), teve sua reunião de abertura para apresentar e discutir as principais medidas que serão tomadas em Minas, sobretudo durante o período de seca previsto para os próximos meses. O calendário prevê reuniões mensais do grupo de trabalho até o fim do ano.
Além do IEF, a força-tarefa envolve Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Os registros mostram que o período de julho a outubro é mais propenso à ocorrência de incêndios. Ainda de acordo com levantamento divulgado pelo IEF, em 2022, das 747 ocorrências registradas nas áreas internas ou no entorno de Unidades de Conservação (UCs) estaduais, 643 foram durante esse período.
Menor área queimada em 2022
O balanço do IEF mostra que em 2022, a área queimada nas UCs e seus entornos foi 34% menor do que a média registrada entre 2013 e 2021.
Durante a reunião, realizada nessa quarta-feira (24/5), a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, ressaltou que esse momento de início da força-tarefa é fundamental. "Sabemos que a queima é cíclica. Por termos registrado uma área menor queimada em 2022, sabemos que há mais substrato para queimar esse ano. Temos que ficar ainda mais atentos", avaliou.
Em relação aos focos de calor registrados nas Unidades Regionais de Florestas e Biodiversidade (URFBios), o levantamento do IEF mostra que as regiões mais críticas entre 2013 e 2021 foram Nordeste (1.050), Norte (945) e Triângulo Mineiro (840).
Em 2022, a região Norte foi a que registrou mais focos (1.327), seguida por Nordeste (815) e Noroeste (724). Dos 2.388.074,07 hectares geridos pelo IEF em 2022, 2.364.268,91 foram mantidos sem registros de incêndios.
Clima mais quente e seco
De acordo com Heriberto Amaro, meteorologista do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), a previsão é de que o próximo trimestre (junho, julho e agosto) tenha temperatura até 2 graus acima da média histórica em Minas Gerais. Outro ponto que preocupa é de que nesse trimestre há baixa previsibilidade de chuvas e o clima deve ficar mais seco do que nesse mesmo período do último ano.
Segundo o meteorologista, isso se deve à probabilidade de ocorrência do fenômeno El Niño. "Tende a ser um período seco semelhante ao que tivemos em 2015 e 2016, quando estávamos sob influência desse fenômeno", explica.
Heriberto explica que, atualmente, a umidade relativa do ar está em torno de 30% nas regiões Norte, Noroeste e Triângulo Mineiro. Já a partir do início de junho, a umidade começa a cair nessas regiões, ficando entre 20 e 30%. Na segunda quinzena, pode ficar em torno de 15%.
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