O evento teve como objetivo debater assuntos relevantes para o setor de saúde mental em Mariana.
Em alusão ao Dia Internacional da Luta Antimanicomial, comemorada no dia 18 de Maio, a Prefeitura de Mariana, através da Secretaria de Saúde, realizou na terça-feira (16/05), a II Roda de Conversa da Rede de Atenção Psicossocial de Mariana.
O evento teve como objetivo debater assuntos relevantes para o setor de saúde mental em Mariana, pensando em conteúdos técnicos para os trabalhadores de diversas áreas e, concomitantemente, foram abordados assuntos destinados aos usuários e à população em geral. Estavam presentes os trabalhadores das áreas de saúde, representantes da Secretaria de Saúde, Atenção Primária, Secretaria de Educação, Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, Câmara Municipal, palestrantes e principalmente os usuários e familiares, sendo eles os principais beneficiados pela construção da discussão.
A Terapeuta ocupacional e referência Técnica do CAPS I, Tamara Leonel Arantes, relata sobre o evento. “A RAPS - Rede de Atenção Psicossocial de Mariana, se juntou e levamos algumas reflexões importantes dentro dos desafios da Luta Antimanicomial, como a relação da criança com o outro, as instâncias no campo da saúde e educação. Há mais de 30 anos o Brasil vem construindo políticas públicas de saúde mental, a fim de substituir as internações em manicômios, pensando em práticas mais humanizadas e que prezam pela liberdade do usuário. Essa luta se caracteriza pela garantia dos direitos de pessoas com sofrimento mental e dentro disso, combate-se a ideia de que isolar a pessoa e faz lembrar que todos possuem direito a liberdade, de viver em sociedade e de receber cuidado e tratamento”, afirma.
As palestras foram realizadas pela psicóloga e professora, Paula Ramos Pimenta e pelo psicólogo Marcelo Arinos Junior, que abordaram temas, como “A relação da criança com o outro e suas incidências nos campos da saúde e da educação” e “De si, tirou: reflexões sobre autoextermínio".
O debate acerca do tema marca a quebra de estigmas e preconceitos. Através desses diálogos, a população pode compreender que o tratamento para os pacientes com sofrimento em saúde mental, não consiste simplesmente em medicar e internar. Ou seja, é importante que o tratamento integre o paciente ao território ao qual ele pertence. O Coordenador da Rede de Atenção Psicossocial, Jesse Catta Preta, destaca a importância de ações como essa. “O conceito de saúde passa pelo conceito de saúde mental. Não existe saúde, em sua integralidade, se o sujeito não tiver saúde mental. Então, a saúde mental é igualmente um direito de todos e deve ser garantido e respeitado. A Luta Antimanicomial é um movimento, baseado nos preceitos da reforma psiquiátrica, que reivindica o direito do tratamento em liberdade para pacientes com sofrimento em saúde mental, quebrando assim o estigma do isolamento dessas pessoas”.
Foto: Bianca Parma / Divulgação