Uma nova vacina de alta proteção contra a gripe chega à rede privada no mês de abril. O imunizante Efluelda é quadrivalente e protege contra quatro cepas do vírus, sendo duas de influenza A e duas de influenza B. Além disso, apresenta quatro vezes mais antígenos, o que gera maior estímulo ao sistema imunológico.
Com a chegada do outono, o ar fica mais seco, o que favorece o desenvolvimento de doenças respiratórias, como a gripe. A vacinação reduz os riscos de agravamento pela doença que pode levar a sintomas como febre, dor no corpo, tosse, dor de garganta, coriza, calafrio, dor de cabeça e falta de apetite.
“Quando o indivíduo recebe a vacina contra gripe, o sistema imune gera a defesa contra aquele vírus e, com a memória imunológica, em um próximo contato, a proteção será maior. Uma novidade nesse ano é a vacina influenza de alta concentração, quadrivalente, que possui quatro vezes o antígeno e deve ser usada em pessoas acima de 60 anos. Dessa forma, a proteção é maior”, afirma Paula Natassya Argolo, médica alergista e imunologista pela Universidade de São Paulo (USP).
A gripe pode causar consequências graves, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos. Com o envelhecimento, o sistema imune passa por um processo natural de enfraquecimento, chamado imunossenescência.
Como resultado desse declínio progressivo do sistema imunológico, o organismo fica mais suscetível a algumas doenças e infecções e pode também ocorrer diminuição da resposta vacinal. Como exemplo, um estudo demonstrou que idosos permaneceram com maior risco de acidente vascular cerebral (AVC) até dois meses após uma infecção pelo vírus da gripe. Além disso, pessoas com mais de 65 anos representam 9 em 10 óbitos e 63% das hospitalizações relacionadas à doença.
A nova vacina tem proteção 24% superior contra a infecção por gripe em idosos, quando comparada com a vacina de dose padrão. Além disso, contribuiu para a redução de complicações decorrentes da doença, como diminuição de 27% de hospitalizações por pneumonia e de 18% nas internações por eventos cardiorrespiratórios.
“Ficamos extremamente felizes em poder oferecer mais uma opção de imunizante para nossos pacientes. A gripe é conhecidamente uma doença que causa muitos problemas quando vem de uma forma mais grave e só conseguimos evitar isso a partir da prevenção pela vacina”, afirma Fabiana Funk, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC).
Vacinação contra a gripe pelo SUS
Neste momento, a vacinação contra a gripe acontece de maneira antecipada na região Norte do Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, a antecipação ocorre por uma especificidade da região, que enfrenta um período de chuvas intenso a partir de abril e, consequentemente, um aumento dos casos de influenza desse mês em diante. Além disso, a região também tem mais áreas de difícil acesso, o que requer uma logística de vacinação mais complexa, segundo a pasta.
A previsão é de que o restante do país comece a vacinar contra a influenza a partir de abril (veja os grupos prioritários abaixo). A vacinação contra a influenza é realizada anualmente seguindo os critérios do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Os imunizantes utilizados no Sistema Único de Saúde (SUS) são trivalentes, produzidos pelo Instituto Butantan e distribuídos para toda a rede pública de saúde. Os dois tipos de vacina, oferecidos pelo SUS e disponibilizados pela rede privada, são eficazes na prevenção do agravamento da doença.
A composição da vacina muda a cada ano, de acordo com as cepas do vírus que mais circulam no momento, informadas nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para 2023, em conformidade com a orientação da OMS, o imunizante será composto pelas cepas: Influenza A/Sydney/5/2021 (H1N1) pdm09; Influenza A/Darwin/9/2021 (H3N2); e Influenza B/Áustria/1359417/2021 (linhagem B/Victoria).
Os grupos prioritários são definidos pelo ministério: crianças com idades de 6 meses a menores de 6 anos; gestantes; puérperas; povos indígenas; trabalhadores da saúde; pessoas maiores de 60 anos; professores de escolas públicas e privadas; pessoas com doenças crônicas; pessoas com deficiência permanente; profissionais das forças de segurança e salvamento; integrantes das forças armadas; caminhoneiros e caminhoneiras; trabalhadores de transporte coletivo rodoviário urbano e de longo curso; trabalhadores portuários; funcionários do sistema prisional; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade.
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