Antes do início das apresentações, o evento foi marcado por protestos de diversos grupos de ativistas do redor do mundo.
Durante os dias da conferência, os países presentes deverão entrar em acordo sobre o que foi discutido. As discussões são voltadas para a proteção dos ecossistemas e a biodiversidade. Com isso em mente, estão sendo discutidas novas propostas que serão levadas até o Canadá, na COP15, que acontece a partir do dia 5 de dezembro e que tem seu tema voltado apenas para a biodiversidade.
A reunião trouxe à tona a discussão sobre a relação das mudanças climáticas e a biodiversidade. Iniciando o dia, cientistas apresentaram novos dados estatísticos e científicos que comprovam a relação entre as duas e também o ecossistema. A NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), organização estadunidense que monitora os dados climáticos globais, recentemente publicou dados que comprovam as mudanças climáticas severas e o que as acarretam. Para o órgão, grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos, pessoas com problemas de saúde, trabalhadores ao ar livre, pessoas negras e de baixa renda são as mais afetadas.
Após as apresentações, foram trazidas algumas sugestões para solucionar o problema, bem como algumas ações que já estão trazendo benefícios. Dentre elas, ações tratam a conservação da biodiversidade, a restauração de terras e combate à desertificação. Após as apresentações, líderes dos países negociaram metas de preservação da vida selvagem e metas com o intuito de eliminar a destruição da natureza. Abaixo, o comissário da União Europeia para assuntos marítimos e as pescas, Virginijus Sinkevičius, e a chefe de biodiversidade da ONU, Elizabeth Maruma Mrema.
https://twitter.com/VSinkevicius/status/1592433908783583232?s=20&t=4Bko8BzKh4umoaGw_VWNCA
Não existe saúde humana sem saúde animal e ambiental
A frase é de Willian Barbosa Sales, biólogo e doutor em saúde e meio ambiente, que em um artigo traz uma discussão que pode ter passado despercebida por muitos estudiosos. Em 2004, diversos especialistas e estudiosos da área da saúde se reuniram em uma conferência global, que aconteceu em Nova Iorque. Nela, foram discutidos assuntos emergentes e reemergentes, relacionadas a homens, animais e meio ambiente.
Já em 2004, 18 anos atrás, quando a tecnologia que conhecemos atualmente ainda estava em processo de evolução, cientistas de todo o mundo se reuniram para discutirem novas abordagens capazes de prevenir doenças epidêmicas e epizoóticas. Na data em questão, os pesquisadores apresentaram os “12 princípios de Manhattan”, como foi nomeado, que trazia instruções para um termo que atualmente é bastante utilizado: saúde única.
As novas percepções da ciência no campo da discussão das mudanças climáticas
Três grandes organizações, a Future Earth, The Earth League e a World Climate Research Programme (Programa Mundial de Pesquisa Climática), sugeriram novas visões para a ciência ligadas à discussão das mudanças climáticas. São 10 ideias essenciais para explorar no campo das ciências e uma das mais interessantes abordadas é: “A segurança humana requer segurança climática”. Estudos que apontam e comprovam o aumento dos índices de violência ao redor do mundo, por conta das vulnerabilidades alimentares e energéticas, associadas, também, à dependência de combustíveis fósseis.
Você já pode ter ouvido falar a expressão: “A próxima guerra será pela água”. A expressão é discutida no livro do cientista e pesquisador alemão Harald Welzer. O psicólogo social publicou em 2009 o livro “A guerra da água”, onde discute o momento de escassez que vivemos com o uso desmedido de recursos naturais. Trazendo outro personagem para a discussão, o atual Papa Francisco, em 2019, também prevê uma próxima guerra por um conflito de posse de água. Já é hora de colocarmos a mão na consciência e refletir. A saúde humana, depende, sim, da saúde animal e ambiental.
Por Marcelo Camelo
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