Fraudadores podem roubar dados e até sacar valores; saiba como se proteger.
O trabalhador com direito de sacar até R$ 1.000 do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) extraordinário encontra facilidades na hora de ter acesso aos valores, com a possibilidade de movimentar o dinheiro de forma online, por meio do Caixa Tem. Porém, se não tiver cuidado redobrado, pode ser alvo de golpistas.
Especialistas em segurança digital e a própria Caixa Econômica Federal, que administra o fundo e é responsável por liberar o saque —permitido pela medida provisória 1.105—, alertam sobre o que fazer para não ser vítima de golpe.
Golpistas agem em duas frentes
Há duas frentes de atuação dos fraudadores: com dados já disponíveis após o megavazamento ocorrido há mais e um ano, que expôs informações sobre 223 milhões de brasileiros, ou por meio da coleta de dados ao enviar links falsos aos trabalhadores.
Os links falsos chegam por meio de WhatsApp, SMS, e-mails e, até mesmo, nas redes sociais. Contra esse tipo de ação a Caixa faz o principal alerta. Segundo o banco, a instituição financeira não envia mensagens com solicitação de senhas, dados ou informações pessoais.
"Também não envia links ou pede confirmação de dispositivo ou acesso à conta por email, SMS ou WhatsApp", informa nota.
De acordo com o advogado Alexandre Berthe, especializado em direito do consumidor, mesmo no caso dos cidadãos mais cuidadosos, os golpes podem ocorrer, já que o vazamento de dados é, hoje, o que ele chama de "pandemia". "As chances de qualquer um ser vítima são muito grandes", alerta.
Segundo ele, quem tiver o dinheiro sacado por meio de golpes deve registrar um boletim de ocorrência imediatamente e procurar a instituição bancária para restituir os valores. O advogado afirma que há prazo de dez dias para uma reposta. Caso não haja nenhum posicionamento da instituição financeira, é possível procurar os órgãos de defesa do consumidor e até a Justiça.
Veja 7 dicas contra golpes no Caixa Tem
Não forneça senhas em sites não oficiais
O trabalhador não deve digitar sua senha ou outros dados de acesso em sites ou aplicativos que não sejam da Caixa; a mesma orientação vale para ligações telefônicas
Cuidado com a clonagem do celular
Desconfie de mensagens solicitando dinheiro, mesmo sendo pessoas próximas, pois o telefone pode ter sido clonado
Confira número de telefone e mensagem enviada
Desconfie de SMS, email ou qualquer forma de comunicação dizendo ser do banco, mas que seja de número celular comum e contenha erros de escrita
Não clique em links enviados
Links suspeitos podem levar à instalação de programas espiões, que podem ficar ocultos no celular ou computador, coletando informações de navegação e dados do usuário
Procure o aplicativo oficial do banco
Ao entrar na loja de aplicativos do seu celular, tenha certeza de que está baixando o app oficial do banco, como o Caixa Tem e o FGTS
Fique atendo ao passo a passo do banco
A Caixa não pede senha e assinatura eletrônica numa mesma página, sendo a assinatura digitada somente por meio da imagem do teclado virtual
Caixa não faz pedido para instalação do Caixa Tem
A Caixa não solicita ao cliente o desbloqueio ou cadastramento de novos dispositivos móveis para receber o dinheiro pelo Caixa Tem; essa necessidade será do próprio cliente
Fernanda Garibaldi, advogada das áreas de fintech e meios de pagamento do Felsberg Advogados, afirma que há regulamentações por meio do Banco Central, além de controle de instituição financeiras que trabalham com pagamentos digitais, com o objetivo de garantir a segurança digital nos meios de pagamento modernos.
Para a advogada, o que ocorre no Brasil é fruto da violência generalizada, muitas vezes causada pela desigualdade social, que faz com que a ação de ladrões e falsários coloque o cliente como vítima. "O usuário precisa ficar atento e fazer o que já sabe, que é usar o aplicativo oficial do seu banco, sempre no seu celular ou no seu computador, nunca em dispositivos públicos, e te verificação em duas etapas", diz.
Ela orienta o cidadão que for vítima de golpe a, inicialmente, procurar a ouvidoria da instituição financeira. Se o caso não for resolvido, será necessário ir até o local. "As instituições são reguladas e estão sob supervisão. Há ainda mecanismos de defesa do consumidor."
Foto: Divulgação