Na última quarta-feira (7), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a troca de críticas entre parlamentares do PT e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro marcou a Reunião Ordinária do Plenário. O debate foi, principalmente, sobre a proposta de reforma da Previdência defendida pelo Governo Federal e a indicação do filho do presidente de República, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
O deputado Betão (PT) disse que a reforma previdenciária, que tramita no Congresso, só beneficia os banqueiros. Referindo-se ao valor liberado pelo Governo Federal em emendas orçamentárias, para cada parlamentar, ele questionou: “Se a reforma fosse boa, seria preciso desembolsar R$ 40 milhões para cada deputado que votar a favor?”.
A liberação de emendas orçamentárias não é pagamento de propina, segundo o deputado Bruno Engler (PSL). Isso, segundo ele, foi o que aconteceu durante o mensalão, escândalo divulgado durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado Coronel Sandro (PSL) acrescentou que deputados federais da oposição também tiveram emendas liberadas.
Bruno Engler afirmou ainda que a reforma previdenciária é indispensável, tendo em vista a mudança no perfil demográfico do País, com a ampliação da expectativa de vida e da população idosa.
Cristiano Silveira (PT), deputado, criticou a intenção do presidente Bolsonaro de fazer de seu filho o embaixador do Brasil nos Estados Unidos. O mesmo ressaltou: “Ele diz que seu filho tem uma excelente relação com o presidente (Donald) Trump. Ou seja, deixou de ser uma política de Estado para ser uma política de compadre”.
De acordo com o deputado Bruno Engler, o bom relacionamento de Eduardo Bolsonaro com o presidente Donald Trump contribuirá para a consolidação de uma parceria comercial, política e militar entre Brasil e Estados Unidos. Cristiano Silveira ponderou, no entanto, que há disputas comerciais entre os dois países, e que essa proximidade poderia prejudicar interesses do Brasil.
BR-030 - O deputado Zé Reis (PSD), deixando esse debate de lado, abordou em seu pronunciamento duas questões que, em sua avaliação, vêm prejudicando o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha. Ele criticou a Portaria 6.257, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que modificou o traçado da BR-030, eliminando todos os trechos que passavam por Minas. Isso, em sua avaliação, dificulta ainda mais a pavimentação ou recuperação desses trechos.
O fechamento de cartórios em diversas localidades do Norte de Minas também foi criticado por Zé Reis. Em aparte, a deputada Leninha (PT) endossou a crítica, acrescentando que esse fechamento impõe, à população pobre, despesas extras de transporte para o registro cartorial e obtenção de documentos obrigatórios. Tanto ela quanto o deputado Carlos Pimenta (PDT) apoiaram o colega Zé Reis nessa questão. Também o apoiaram naquela relacionada à BR-030.