Empresa voltará a operar sem barragem e após implantar sistema de filtragem de rejeitos.
A Samarco retomará suas operações sem barragem de rejeitos e após a implantação total de um sistema de disposição e tratamento de rejeitos, que inclui a Cava Alegria Sul e a filtragem para o empilhamento a seco. Preparando-se para a retomada, a empresa finalizou, nessa terça-feira (28), a primeira etapa das obras na Cava Alegria Sul, localizada no Complexo de Germano, em Mariana, que receberá parte dos rejeitos gerados na lavra da mina.
“O término dessa fase de obras do Sistema de Disposição de Rejeitos Cava Alegria Sul é um passo importante rumo à nossa retomada. Nossa proposta é voltar diferente, o que reforça nosso compromisso com as comunidades e toda a sociedade. Vamos voltar de forma gradual, inicialmente com 26% de nossa capacidade produtiva, operar sem barragem para disposição de rejeitos e por meio da incorporação de novas tecnologias, tendo a segurança como prioridade. Só voltaremos após a implantação completa da filtragem”, afirma o diretor-presidente da Samarco, Rodrigo Vilela.
A cava é uma estrutura resultante do processo de lavra e terá capacidade para receber 9,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Seu uso evita o impacto ambiental em outro espaço. A segunda etapa, em andamento, consiste na montagem eletromecânica do sistema de bombeamento de lama, rejeito e água.
Com a implantação das novas tecnologias, a lama gerada na exploração do minério de ferro, que representa cerca de 20% do total de rejeitos gerados, será processada e destinada à Cava Alegria Sul. Por ser uma formação rochosa e estável, um espaço confinado, a estrutura permite a contenção natural de forma mais segura, além de evitar impacto em novas áreas.
A maior parte do rejeito, que corresponde aos arenosos e representa 80% do total gerado, será filtrada e empilhada a seco. O processo de filtragem permitirá o reaproveitamento de água.
As obras na Cava Alegria Sul tiveram início em outubro do ano passado e estão sendo acompanhadas por auditoria independente. Em paralelo a isso, o Licenciamento Operacional Corretivo (LOC) do Complexo de Germano está em andamento na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Esse processo de licenciamento ocorre em razão da suspensão de todas as licenças operacionais da Samarco em outubro de 2016. A expectativa da empresa é obter a LOC nos próximos meses.
A proposta da Samarco é reiniciar as atividades com uso de apenas um dos três concentradores. A reativação dos demais será gradual.
Mais segurança
Vilela destaca que o foco na segurança é a prioridade máxima de todo o trabalho. “A utilização de novas tecnologias e nosso Sistema Integrado de Segurança, que inclui o Centro de Monitoramento Integrado e os simulados de emergência, ampliam a segurança nas operações e envolvem as comunidades do entorno”, afirma.
Desde o rompimento da barragem de Fundão, em 2015, a Samarco tem dedicado extrema atenção às atividades de reforço e monitoramento das estruturas geotécnicas, em consonância com as normas brasileiras e com requisitos internacionais de segurança.
Monitoradas 24 horas por dia, sete dias por semana, por meio do Centro de Monitoramento e Inspeção (CMI), as estruturas geotécnicas da empresa permanecem estáveis, possuem a Declaração de Condição de Estabilidade e são acompanhadas também por auditorias independentes realizadas periodicamente no Complexo de Germano. Os relatórios são encaminhados aos órgãos competentes.
Fotos: Divulgação / Samarco