Rodrigo Carneiro, secretário de Meio Ambiente, participou de uma roda de conversa com os alunos do curso de Engenharia Ambiental da Universidade de São Paulo (USP) sobre impactos da mineração imprudente e ações e projetos realizados pela Prefeitura para conter os danos ambientais e sociais causados no Município pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015.
A conversa que ocorreu na última terça-feira (21), no Centro de Convenções, abordou assuntos das disciplinas de Licenciamento Ambiental, lecionada pela Dra. e professora Erica Leonor Romão, e de Caracterização de Bacias Hidrográficas, pela Dra. e professora Danúbia Caporusso Bargos.
Durante a conversa, Rodrigo Carneiro destacou a plantação de leguminosas, diques e contenções para evitar o acarreamento de elementos tóxicos para o solo dos distritos e para o leito do Rio Doce. Ele também reforçou a importância do estudo e da atualização nos métodos de extração de minérios. O mesmo pontuou que: "Barragens de contenção de rejeitos úmidos são utilizadas há mais de 50 anos. Existem outras possibilidades de descarte mais caras e tecnológicas, porém mais seguras, como a mineração a seco, que contam o impacto das mudanças climáticas inexistentes há meio século atrás".
Quanto aos impactos sociais e econômicos, Rodrigo citou a inquietação da população que vive na cidade de Mariana. Ele assiste ao desconforto e ao sentimento de não-pertencimento dos conterrâneos atingidos, apesar das ações da Prefeitura para auxiliá-los na adaptação à realocação e ao mercado de trabalho local. Rodrigo esclareceu que: "É difícil vê-los esperando a reconstrução e a volta para os distritos atingidos. Apesar dos impasses, lutamos e conseguimos o licenciamento da reconstrução do Bento e do Paracatu, mas as obras, propriamente ditas, não dependem da gente [Prefeitura], mas sim da Fundação Renova".
Zézinho de Bento, presidente da Associação Comunitária de Bento Rodrigues, distrito atingido pelo rompimento, emocionado, parabenizou e incentivou a permanência dos futuros ambientalistas no estudo dos impactos ambientas causados pelo rompimento de barragens. José reafirmou que: "Isso não pode acontecer nunca mais no nosso país. A impunidade faz esquecer e outro rompimento pode acontecer. Precisamos cobrar mais fiscalização, laudos e relatórios de estabilidade, garantir a segurança das pessoas".
Gabriel Wendling, estudante de Engenharia Ambiental da USP, elogiou o tema da conversa e o Código sancionado na formação pessoal e acadêmica dele e dos colegas de turma. O mesmo destacou que: “A oportunidade que tivemos de entrar em contato com todos os envolvidos, atingidos, secretários e mineradoras, foi muito enriquecedor. Coletamos dados sociais e econômicos, mostra de solo e água para desenvolver pesquisas, projetos e artigos científicos para ajudar os atingidos".
Ações e Projetos - Além da realização da inauguração da Escola de Paracatu de Baixo, dos cursos profissionalizantes para jovens e adultos, dos leilões e da horta comunitária em benefício dos atingidos, a Prefeitura também sancionou o Código Ambiental do Município, dando maior controle sobre todo o processo de preservação e de fiscalização ambiental, assim, podendo legislar e garantir a sustentabilidade da fauna e flora de Mariana.
Foto: Daniel Almeida / PMM