O restauro do órgão Arp Schnitger da Catedral de Mariana foi concluído na manhã de sábado, 29 de novembro, com a entrega oficial dos trabalhos de montagem e afinação pela equipe de organeiros liderada por Frédéric Desmottes. O momento marcou um capítulo especial para o patrimônio musical e religioso da cidade.
A visita técnica contou com a presença do Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, e do Reitor da Catedral, Pe. Geraldo Dias Buziani, que foram recebidos pela organista Josineia Godinho, pela responsável técnica do restauro Deise Lustosa, pelo organeiro Guilherme de Faria, pelo membro do COMPAT Lélio Pedrosa, além de comunicadores locais.
Demonstração do instrumento restaurado
Ao chegar ao templo, Dom Airton foi guiado até a tribuna lateral, onde o grupo conversou sobre a história do órgão tricentenário — um dos mais raros do mundo — e sobre as etapas do meticuloso processo de restauro.
Frédéric explicou o funcionamento do instrumento, detalhando como se dá a afinação das diversas famílias de tubos e de que forma fatores como a temperatura influenciam no tom de cada peça metálica. Em seguida, a organista Josineia apresentou a interação entre teclados, registros e pedal, mostrando ao arcebispo a leveza das teclas e a precisão dos mecanismos.
Dom Airton acompanhou atentamente a demonstração musical, enquanto Josineia executava trechos que devolviam vida às tubas que permaneceram silenciosas por nove anos. As notas preencheram a Catedral com sonoridade histórica, emocionando os presentes.
Um reencontro com a história
O momento também surpreendeu visitantes que estavam no templo, que puderam ouvir um breve prelúdio desse instrumento único, agora totalmente restaurado e pronto para integrar as celebrações dos 280 anos da Arquidiocese de Mariana.
O retorno do órgão Arp Schnitger representa não apenas a recuperação de um patrimônio artístico raro, mas também o reencontro da cidade com um símbolo que atravessa séculos de fé, cultura e memória.
Foto: Paulo César Gouvêa/Arquidiocese de Mariana