PREVENÇÃO: Combate à dengue deve ser mantido durante todo o ano

Monitoramento contínuo e uso de tecnologia ajudam a prevenir focos do mosquito mesmo em períodos sem chuva.

   Mesmo com a redução nos registros de casos de dengue, especialistas alertam para a importância de manter as ações de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti durante todos os meses do ano. Eles explicam que a interrupção das atividades de monitoramento e controle pode favorecer a formação de novos criadouros, aumentando o risco de transmissão da doença em períodos futuros.

    O Aedes aegypti utiliza pequenos acúmulos de água para depositar seus ovos, que podem permanecer viáveis por meses, mesmo em ambiente seco. Assim, mesmo em períodos sem chuva, o cuidado com recipientes, calhas, caixas d’água e outros pontos de acúmulo é fundamental.

    Entre as iniciativas utilizadas por municípios, está o Techdengue, programa que utiliza drones para identificar e mapear possíveis focos do mosquito, permitindo a atuação preventiva das equipes de saúde. De acordo com Cláudio Ribeiro, CEO da Aero Engenharia, empresa desenvolvedora do programa, a vigilância contínua é essencial para reduzir o risco de surtos. “O uso de drones possibilita localizar e tratar áreas de difícil acesso, mantendo o controle do vetor mesmo em períodos de baixa incidência”, comenta o especialista. Ao todo, a iniciativa já alcançou mais de 150 mil hectares mapeados e mais de 600 municípios atendidos. Em áreas tratadas, a redução dos focos do mosquito chega a 96%”, comenta.

    Programas municipais e estaduais de vigilância recomendam que as inspeções, limpezas e aplicação de medidas de controle sejam contínuas. A orientação é que a população colabore, eliminando possíveis criadouros e permitindo o acesso de agentes de saúde aos imóveis para inspeção e orientação preventiva.

    “Ações regulares, mesmo em momentos de baixa transmissão, reduzem a probabilidade de surtos nos períodos de maior incidência, geralmente registrados durante a estação chuvosa. O intuito é prevenir colapsos na saúde pública e contribuir para a qualidade de vida da população”, acrescenta Cláudio.

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