O Carnaval é um dos períodos mais aguardados do ano, marcado por festas, alegria e diversão. No entanto, os foliões devem ficar atentos aos riscos de golpes, segundo especialistas. Muitos investem em fantasias, apetrechos e fazem gastos com eventos, viagens e outras despesas. Com o aumento dessa demanda, criminosos aproveitam para aplicar golpes.
A movimentação nessa época do ano é intensa em todo o país. Em Belo Horizonte, por exemplo, o número de foliões saltou de 500 mil para cerca de 5,5 milhões em uma década, de acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, que prevê a geração de R$ 1 bilhão para a economia local neste ano.
Carolina Ramos, diretora regional da Unicred do Brasil - Núcleo Multirregional, sistema cooperativo financeiro que, além de oferecer soluções aos seus cooperados, também alerta na proteção contra fraudes financeiras, reforça que as pessoas devem redobrar a atenção durante esse período de recesso.
Sobre o uso de cartão de crédito, a especialista recomenda muita cautela. Uma das recomendações é não perder o cartão de vista ao realizar pagamentos. “O ideal é acompanhar toda a operação e conferir o valor na tela da maquininha antes de confirmar a transação. Além disso, proteger a senha é essencial”, diz.
Se houver suspeita de que a senha tenha sido observada, a recomendação é alterá-la imediatamente pelo aplicativo da instituição financeira. O folião não deve também compartilhar o código de segurança (CVV) e monitorar as transações regularmente. Outra dica é não usar o wi-fi em redes públicas, pois há maior facilidade para a interceptação dos dados por hackers.
Segundo a diretora, é importante também não deixar a senha junto com o cartão, bem como verificar a idoneidade dos sites ao fazer compras virtuais. “As pessoas devem, ainda, desconfiar de mensagens de ofertas ou links recebidos por e-mail, SMS e WhatsApp, pois podem ser golpes de phishing”, ressalta. Ela acrescenta que os dados pessoais não devem ser compartilhados e recomenda o uso de cartão virtual temporário ou carteiras digitais, reduzindo o risco de clonagem.
Levantamento divulgado pelo Instituto DataSenado em parceria com a Nexus — Pesquisa e Inteligência de Dados, empresa da FSB Holding, em setembro de 2024, revelou que os golpes digitais haviam sido aplicados em 24% dos brasileiros com mais de 16 anos, ou seja mais de 40,85 milhões de pessoas nos últimos 12 meses. Entre as principais perdas com crimes cibernéticos, os destaques foram fraude na internet e clonagem de cartão de débito e crédito.
PIX
Carolina alerta que o PIX se tornou um dos meios de pagamento mais utilizados, mas também alvo de golpes. Nesse caso, antes de confirmar uma transferência, o folião deve verificar atentamente os dados do destinatário. “O ideal é pagar estabelecimentos que tenham chave comercial oficial. Desconfie de pedidos de transferências inesperadas, especialmente se forem urgentes”, ressalta.
Pagamento por aproximação
A diretora também ressalta sobre a alta na utilização dos cartões por aproximação durante as compras físicas. "Nesta época é interessante bloquear a função, utilizando a senha do cartão, da forma tradicional; desta forma, a chance do folião cair em algum golpe - principalmente aqueles que não possuem fatores extras de segurança, como biometria -, é bem menor", completa.
Foto: Divulgação / Freepik