Desafio é reduzir os impactos negativos e ampliar os positivos em nossa breve passagem pelo planeta terra.
Saio a pé e vejo o trabalho com afinco dos catadores, figuras essenciais na cadeia da reciclagem. A cena me faz lembrar os dias festivos, frescos na memória. Como tudo tem seu lado sol e sombra, ela conecta os encontros e as trocas de presentes com os impactos negativos causados pelo excesso de lixo. Não há como negar: querendo ou não, impactamos o nosso ambiente. O desafio é reduzir os impactos negativos e ampliar os positivos nesta nossa breve passagem pelo planeta terra.
Fato é que, nesse Natal, notei também o aumento do número de sacolas (parcialmente) recicladas. Muitos presentes vieram embalados sem as cores vivas das marcas, mas com a sobriedade do papel pardo das empresas que já despertaram para o problema ou viram uma oportunidade de reduzir custos. Independentemente do motivo, a iniciativa já faz com que nós, consumidores, nos acostumemos a essa nova tendência.
A mudança nas embalagens, embora quase simbólica, mostra como pequenas ações podem nos acostumar a novos padrões de consumo. No entanto, ainda há muito a fazer. É preciso aumentar e acelerar as ações de empresas, governos, consumidores e/ou cidadãos. Sem uma ação coletiva e robusta, dificilmente obteremos sucesso. E respostas tardias trarão consequências dolorosas.
Por que não aproveitar o início do ano para rever hábitos pessoais e práticas organizacionais? Como consumidores, podemos priorizar qualidade frente quantidade, evitar produtos descartáveis, dispensar embalagens desnecessárias, enfim, refletir. Como organizações, podemos levar a sustentabilidade para dentro da estratégia dos negócios.
Para as empresas que estão dando seus primeiros passos, vale reforçar o que já foi dito: toda atividade gera impactos, ou seja, modificações no ambiente, positiva ou negativa, intencional ou não. É fundamental (re)conhecer esses impactos para depois tratá-los com seriedade, como a cor parda das sacolas. Os temas mais relevantes, também conhecidos como “temas materiais”, são o coração de qualquer estratégia de sustentabilidade, que por fim nada mais é que a própria estratégia do negócio.
Mas como nos lembra Peter Drucker, há anos que “a cultura come a estratégia no café da manhã”, de nada vale um excelente planejamento sem a aceitação e a capacidade de realização das pessoas. Por isso, para cuidar da estratégia é preciso também cuidar das pessoas, prezando por uma cultura saudável, uma liderança com olhar sistêmico, que cuida dos stakeholders e do propósito organizacional, onde reside a sua razão mais profunda de existir.
Trabalhar esses pilares, característicos de empresas conscientes, enquanto avança no posicionamento frente à sustentabilidade fará uma grande diferença na estratégia de qualquer organização para 2025. Que tal então começar agora e construir um futuro mais limpo? Afinal, o Carnaval já vem logo ali e, com ele, o desafio de lidar com todo o lixo gerado por milhões de foliões.
Foto: Divulgação