Na última sexta-feira (23/08), durante evento em que inaugurou a retomada da usina 3 da Samarco e celebrou os 47 anos da empresa, comemorados no último sábado (24/08), o governador do estado do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), participou do evento e falou da importância do aumento da produção da empresa, que já representou 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo, mas frisou que é essencial que seja assinado o acordo de reparação pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, ocorrido em 2015.
Depois de retomar as atividades no final de 2020, com 30% da capacidade, a Samarco reativou mais uma usina de pelotização na unidade de Ubu, em Anchieta, no Sul do Espírito Santo. Com a volta da usina, a empresa vai alcançar 60% da sua capacidade produtiva até o final de 2024, chegando a produzir 15 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro por ano.
Contudo, a retomada de mais da metade da capacidade produtiva da planta em Ubu, que agora tem em funcionamento as usinas 3 e 4, as mais recentes, ocorre quase nove anos depois do rompimento da barragem de Fundão. Com a tragédia, rejeitos de mineração atingiram a bacia do Rio Doce em Minas e no Espírito Santo, provocando danos ambientais e sociais. Questão essa, mencionada inúmeras vezes pelo Presidente da Samarco, Rodrigo Vilela.
Na última proposta colocada na mesa, segundo Casagrande, as cifras estão em torno de R$ 100 bilhões como acordo de reparação, sendo R$ 167 bilhões no total, contando com recursos que já foram destinados pelas empresas. Desse montante, a fatia do Espírito Santo é de 38%.
O governador destacou que levou o assunto para uma reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, na semana do aniversário da empresa, destacando a importância de dar um desfecho ao caso. O acordo de repactuação está sendo analisado em Brasília e a previsão é que seja assinado até o fim do ano entre o governo federal, Estados do Espírito Santo e Minas Gerais e a Samarco e suas acionistas, Vale e BHP Billiton. “É importante finalizar o acordo de Mariana para dar desfecho nesse assunto. Enquanto não fechar, fica exposto. É preciso completar o trabalho de recuperação e reparação para seguir em frente”, afirma Casagrande.
“Nossa expectativa é que o grande acordo que envolva reparação e todo o trabalho que envolve recuperação ambiental também possa ser fechado neste ano. É importante fechar o acordo para dar um desfecho no desastre que provocou tanto prejuízo e morte. É bom ver a empresa retomando, mas é importante também fechar acordo e levar benefícios para as comunidades”. Destaca o governador.
Sobre a retomada da Usina 3 da Samarco, Casagrande afirma ser muito importante para o Estado, principalmente na geração de tributos, empregos e oportunidades para as empresas fornecedoras da Samarco. “Temos que comemorar, pois a retomada da usina vai trazer desenvolvimento que será revertido para toda a sociedade”.
Segundo a Samarco, da retomada das atividades, em dezembro de 2020 até junho de 2024, os tributos gerados pela empresa e aqueles resultantes da aquisição de bens, materiais e serviços de fornecedores chegaram a R$ 1,174 bilhão para o Espírito Santo. Só no primeiro semestre de 2024, foram R$ 169 milhões para o Estado.
Para atingir os 60% de atividade, a Samarco está investindo R$ 1,6 bilhão. A expansão inclui ainda a construção de uma nova planta de filtragem de rejeitos e a reativação de mais um concentrador no Complexo de Germano, em Mariana e Ouro Preto (MG). Quando estiver operando com essa capacidade, a produção será ampliada para cerca de 15 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro por ano.
A Samarco gerou cerca de 3 mil postos de trabalho no Espírito Santo e em Minas Gerais para essa ampliação da capacidade produtiva, com prioridade para a contratação de moradores das comunidades vizinhas e de grupos minorizados, como mulheres, pessoas com deficiência, negros (as) e LGBTQIA+. Do total, são cerca de 600 empregos diretos.
A retomada da P3 estava prevista para março de 2025, mas foi antecipada para operar com o excedente de minério da Usina de Pelotização, conhecida como P4, otimizando processos de produção. Atualmente, a empresa opera com 30% da capacidade, o equivalente a cerca de 9 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro por ano. Desde a retomada, em dezembro de 2020, até julho deste ano, foram produzidas 30,7 milhões de toneladas. A previsão é atingir os 100% até 2028.
“Reativar mais uma usina, a P3, no mês do nosso aniversário é simbólico. Esse retorno, antes do prazo previsto, representa o compromisso que temos com todos os nossos empregados e contratados e, sobretudo, o compromisso com a nossa função social nos territórios onde atuamos”, afirmou o presidente da Samarco, Rodrigo Vilela.
O retorno da P3 é um marco que a Samarco deseja compartilhar com toda a sociedade. “Voltar a operar de forma gradual, segura e consciente de onde queremos chegar é mostrar para todas as pessoas envolvidas que estamos convergindo esforços em prol do desenvolvimento dos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais”, afirmou o diretor de Operações, Sérgio Mileipe.
Evento realizado na última sexta-feira (23/08), contou com a presença do governador e vice-governador do (ES), Secretários de Estado, do Prefeito de Anchieta, de fornecedores locais, da imprensa mineira e capixaba, de colaboradores da empresa, diretores e forças de segurança do estado do (ES).
Foto: Cassiano Aguilar / Jornal-Tv Panfletu´s