Licenciamento para continuidade das operações da mineradora na Região Central do Estado pauta audiência na segunda-feira (19/08).
O projeto Longo Prazo contempla a ampliação das atividades da Samarco no Complexo de Germano, que fica entre os distritos de Santa Rita Durão, em Mariana, e de Antônio Pereira, em Ouro Preto. A empresa pretende expandir a exploração de minério de ferro com a disposição de rejeitos em pilhas de material estéril.
Em 2020, cinco anos depois do rompimento da barragem de Fundão, a Samarco retomou suas atividades em Mariana, com 26% da capacidade produtiva. Um novo processo de licenciamento, aberto em 2022, pode autorizar a retomada de 100% da produção até 2042.
Com o projeto Longo Prazo, a empresa planeja a continuidade de lavra nas minas já existentes, a disposição de estéril e rejeito arenoso em duas novas pilhas drenadas, a ampliação da pilha existente, a disposição de rejeito em cava confinada, além da execução de estruturas auxiliares como correias transportadoras e dutos de rejeito.
Os distritos de Bento Rodrigues e Camargos, que foram atingidos pela tragédia de Mariana em 2015, podem ser novamente impactados caso seja concedida a declaração de conformidade à ampliação das operações da Samarco.
Os moradores das duas comunidades denunciam o risco do empilhamento de rejeito a seco e afirmam que a ampliação da mineração na região causará alteração da paisagem, interferência no escoamento de água e poluição do ar, além de impactos no patrimônio cultural.
Em 2017 foi acordado, no processo de reparação pela tragédia de Mariana, que a destinação final das áreas atingidas seria definida pelos próprios moradores, em conjunto com o poder público. No entanto, as comunidades reclamam que não têm participado das decisões com impacto sobre seus territórios.
Em janeiro deste ano, o Conselho de Meio Ambiente de Mariana aprovou a declaração de conformidade do projeto Longo Prazo sem ouvir a população, segundo o gabinete da deputada Beatriz Cerqueira.
Foto: ALMG / Divulgação