Manter viva a memória das 272 joias que perderam a vida no rompimento das barragens da Vale é questão prioritária para o Governo de Minas.
Estão em execução, em frente ao Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa, as obras de construção do monumento em homenagem às 272 vítimas do rompimento das barragens da Vale, em Brumadinho, em 2019. Realizado a partir de um concurso nacional de projetos, o monumento foi definido em conjunto com familiares das vítimas e os trabalhos são supervisionados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) e acompanhados pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag-MG).
A construção do monumento foi anunciada pelo governador Romeu Zema em 2021. Além de ser uma homenagem às pessoas que perderam a vida na tragédia, ele tem o objetivo de simbolizar o compromisso do Poder Executivo com a prioridade da reparação na região atingida e também o empenho do Estado para que tragédias como essa não se repitam.
“O monumento é uma forma simbólica de homenagear as joias que tiveram suas vidas interrompidas, vidas que precisam ser eternizadas e que representam uma dor irreparável. Estamos acompanhando os trabalhos para que a estrutura fique conforme o projeto vencedor do concurso e mantendo diálogo constante com a associação dos familiares e vítimas do rompimento, a Avabrum, para atender demandas e esclarecer dúvidas sobre os desdobramentos do rompimento”, afirma o secretário-adjunto de Planejamento e Gestão e coordenador do Comitê Pró-Brumadinho, Luís Otávio Milagres de Assis.
O monumento partiu de um concurso nacional de projetos, realizado em 2022, e a proposta vencedora, chamada “Bruma Leve”, é do arquiteto Daniel Rodrigues. A comissão julgadora foi composta por dez membros, incluindo familiares das vítimas, representantes do Governo de Minas, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB – Minas Gerais).
“O cuidado no acompanhamento e a garantia da melhor execução do monumento vencedor é uma demonstração de respeito e solidariedade a cada uma das vítimas homenageadas”, reforça o presidente do Iepha, João Paulo Martins.
Bruma Leve
Segundo o autor da obra, a inspiração para o nome do monumento veio do significado do nome do município e dos versos da canção Anunciação, de Alceu Valença. Bruma Leve também representa as montanhas da região e expressa a fluidez e leveza da bruma quando passa pela cidade.
Observando mais de perto, será possível ver as peças formando a silhueta de uma face humana. As peças serão na cor vermelha, que remete à dor, mas também ao amor, coragem e força.
Construção
A viabilização do monumento vem sendo planejada desde 2022 e já passou por diversas etapas, como definição de local, formação de comissão, edital para concurso, concurso e seleção da proposta, edital para projeto executivo, confecção do projeto, edital para a obra e contratação da empresa executora.
Ele será composto por 272 peças lineares de tamanhos variados, a mais alta com 2,72 metros, que já estão sendo posicionadas uma ao lado da outra sobre uma base de concreto armado ocupando 150 m2. Elas têm a forma de perfis humanos em diferentes posições, cada uma representando uma das vidas perdidas na tragédia. Essas peças também receberão placas com os nomes das vítimas.
Todas as peças são feitas em concreto armado, com moldes de madeira. Atualmente, 240 peças já estão moldadas e concretadas, passando por curagem. As 32 restantes estão em processo de montagem. Todas elas terão uma fase de acabamento e pintura. Depois disso, ocorrerá a fase de montagem da obra de arte no local. A conclusão está prevista para o segundo semestre deste ano.
A confecção das peças, iniciada em março de 2024, e a montagem da obra são de responsabilidade da empresa ACZA Projetos Engenharia e Consultoria Ltda – ME. A previsão é que sejam gastos aproximadamente 2.500 kg de ferragens e cerca de 50 m3 de concreto.
Foto: Divulgação