Trabalho gravado por jovens talentos do projeto será lançado no dia 7 de agosto, em todas as plataformas digitais; lançamento será celebrado em um dos palcos mais importantes do país dedicados à música de concerto, com única apresentação, no dia 11 de agosto, na Sala São Paulo.
A excelência e a versatilidade que regem as escolhas artísticas da Orquestra Ouro Preto também pautam o primeiro registro fonográfico e audiovisual de sua Academia Jovem. O projeto profissionalizante, que prepara talentos para a música de concerto, é pioneiro no país desde sua criação e, após proporcionar aos bolsistas a experiência de gravarem seu primeiro álbum, inova mais uma vez ao compartilhar o resultado dessa imersão artística com o público.
O disco e o registro audiovisual chegam ao público na quarta-feira, dia 7 de agosto, e estarão disponíveis gratuitamente em todas as plataformas digitais. Um feito que merece ser celebrado nos mais nobres palcos da música de concerto como a Sala São Paulo, que recebe o grupo no dia 11 de agosto, para única apresentação, às 10h50, com entrada gratuita.
Para o diretor artístico e regente titular da Orquestra, maestro Rodrigo Toffolo, a Academia Jovem sintetiza o compromisso que a formação mineira reafirma com a democratização e a valorização da música de concerto em todas as suas facetas, proporcionando a jovens talentos, muitos em situação de vulnerabilidade social, a oportunidade de formação musical e cidadã para que possam explorar ao máximo suas potencialidades artísticas e humanistas.
“A Academia é um projeto com compromisso não apenas artístico, mas também social e inclusivo. É motivo de grande orgulho para nós a existência e a excelência que atingimos em nossa Academia, formada por quase 30 jovens de extremo talento e dedicação. Esse disco é o símbolo de um trabalho feito com muita seriedade e afeto, no qual eles deixam marcado toda essa trajetória de aprendizado e troca musical e humana”, afirma Toffolo.
Holst, Bartók, Ayres e Travassos
A gravação do álbum foi realizada em outubro de 2023, com o trabalho do consagrado produtor musical alemão Ulrich Schneider, que foi o responsável pela captação, mixagem e masterização. O disco celebra uma incrível jornada iniciada na concepção da Academia, ainda em 2019, passa por seu desenvolvimento e chega, com sucesso, à sua consolidação. O resultado se reflete na diversidade, qualidade, apuro técnico e espontaneidade capazes de encantar aos ouvidos mais exigentes.
O repertório é fruto do pensamento artístico que permeou toda a temporada de 2023, e foi especialmente pensado para proporcionar aos jovens artistas que fazem parte do projeto, uma variedade de desafios, sensações e sonoridades, levando junto também os ouvintes e espectadores por esse percurso musical que contempla criações de diferentes épocas, lugares e estilos.
O álbum apresenta duas obras inéditas brasileiras, dedicadas especialmente à formação pelos compositores Nelson Ayres e Alexandre Travassos, que se somam à música de Holst e Bartók, em uma interpretação de altíssimo nível e cheia da energia típica da juventude.
O álbum se inicia com a interpretação para a obra “Suíte Saint Paul”, de Gustav Holst, peça para cordas que ocupa importante papel histórico e didático, de extrema expressividade e musicalidade, sendo um exercício não apenas para estudantes e músicos em formação, mas também já gravado por diversas orquestras profissionais.
Na sequência, mais um grande desafio, com a performance de as “Danças Romenas”, de Béla Bartók, uma obra que, segundo o maestro Rodrigo Toffolo, permite que o conjunto sinfônico diversifique o som, o timbre, e se transforme para criar as sensações que cada uma dessas peças impõe. “Além disso, é uma obra muito provocadora do ponto de vista interpretativo”, afirma o regente.
A música brasileira de concerto não poderia ficar de fora e é muito bem representada pela presença de uma obra encomendada ao grande instrumentista, arranjador, compositor e maestro Nelson Ayres. É dele “3 Momentos para Cordas e Percussão”, que dialoga diretamente com as raízes percussivas de Minas Gerais e com a própria origem da formação.
Fechando o álbum, os instrumentos ressoam outros sotaques e memórias, fazendo referência à herança nordestina em “A Morte do Bode Tião”, gravada com a participação de um dos principais clarinetistas do país, Ovanir Buosi. A obra inédita, escrita especialmente para a Academia Orquestra Ouro Preto, foi inspirada em um cordel que narra a história de um bode muito faceiro, que aprontava com a meninada da cidade, e num dia, depois tanto comer farinha e beber água, acaba tendo um trágico fim. No disco, além da faixa instrumental, o cordel é interpretado por Jéfte Amorim, que também foi responsável pelo texto, baseado em argumento de Mateus Freire, recorrente arranjador da Orquestra.
Foto: Rapha Garcia / Divulgação