No Distrito de Monsenhor Horta pertencente ao município de Mariana/MG entre os dias 29 de Julho a 07 de Agosto acontecem as festividades em honra ao padroeiro da comunidade São Caetano. A localidade volta seus olhares neste período com muita fé e devoção para sua igreja Matriz para celebrar o seu excelso padroeiro.
A devoção local iniciou-se no final do século XVII com a construção da primitiva capela erguida pelo português Caetano Pinto de Mota e Castro, que veio para a região à procura de ouro abundante no Ribeirão do Carmo.
O ponto de destaque das festividades é o dia dedicado a São Caetano, celebrado no dia 07 de Agosto. A partir das primeiras horas da manhã acontece a alvorada festiva com o repicar dos sinos e o desfile da Sociedade Musical São Caetano pelas ruas do distrito. Mas uma das manifestações de fé mais bonitas do povo de Monsenhor Horta e que se mantém ininterruptamente por quase 300 anos é a presença da música sacra neste dia principal.
A tradicional e solene Missa Cantada que acontece às 10h, no dia de São Caetano atrai devotos de diversas regiões. Neste dia são retirados os antigos paramentos e alfaias, juntamente com os antigos objetos litúrgicos que são usados apenas nesta celebração. No momento da execução das músicas que são cantadas em latim pelo coral e orquestra local é perceptível a emoção dos fiéis que recordam dos seus antepassados que foram fundamentais para a preservação de tamanha devoção que perpassa gerações. Poder acompanhar as mesmas músicas executadas no passado e que se mantiveram até os dias de hoje é de fato um grandioso privilégio. Após a procissão de São Caetano ainda se tem a presença da música sacra com o canto do TE DEUM executado também em latim.
Manter e promover a sua cultura através da música é o grande legado da comunidade que tem seu primeiro relato musical em 1725, através da formação da orquestra organizada pelo Domingos Paes de Barros e o Bandeirante Salvador Fernandes Furtado de Mendonça (fundador da cidade de Mariana), para abrilhantar as celebrações da Semana Santa no referido ano.
Conservar ritos que em 2025 completam 300 anos não é só simplesmente manter uma tradição local, mas é conservar consigo uma herança que faz parte do cotidiano cultural e religioso de uma comunidade que foi e continua sendo muito importante para toda a região dos inconfidentes.
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