No próximo dia 26 de julho, a Arquidiocese de Mariana, dotará a Sede Primacial de Minas, com mais um espaço para a arte e a cultura. A Arquidiocese, destinará o ex-Palácio Arquiepiscopal, bem no coração do centro histórico de Mariana, na Praça Gomes Freira, para abrigar o “Museu da Música”, o “Memorial dos Bispos”, e o “Museu do Mobiliário”.
Desta forma, parte do acervo histórico e artístico da Arquidiocese, que não se classifica como especificamente sacro, estará à disposição de estudiosos e visitantes neste novo espaço. Tal qual fez em 1962, quando criou o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra.
Em 1972, foi a vez do Museu da Música, primeiro do gênero no Brasil, preserva mais de mil partituras manuscritas dos mais renomados compositores mineiros, desde a época colonial. Um grande acervo de música sacra. Obra autografada pelo genial José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, peças aclamadas de Padre João de Deus Castro Lobo e de Padre José Mauricio Nunes Garcia, podem ser estudadas neste museu, que ainda detém inúmeras peças não religiosas e para bandas de música.
Algumas composições podem ser ouvidas por meio de QR codes, enquanto a visita é feita em todo o espaço, além de ser uma oportunidade de apreciar instrumentos antigos e raros.
O acervo do Museu da Música é reconhecido com o Diploma do Registro Regional para a América Latina e o Caribe, em razão da importância de seu acervo de manuscritos. Este título, concedido pelo Programa Memória do Mundo, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), é uma certificação internacional, conferindo ao acervo manuscrito a qualidade de “patrimônio da humanidade”.
Na fase final de organização, o Memorial dos Bispos conta com um acervo que relembra a história dos Bispos de Mariana, desde a chegada do primeiro, o português, Dom Frei Manoel da Cruz, em 1748. Cruzes Peitorais, báculos, mitras, anéis, medalhas comemorativas, objetos pessoais, comendas, quadros e pinturas, revelam um pouco dos costumes e do modo de viver dos Bispos de Mariana, até os dias atuais.
Compondo o acervo do novo museu, o mobiliário expõe móveis e objetos que faziam parte das residências episcopais dos Bispos Marianenses. São mesas, cadeiras, canapés, cômodas, objetos de decoração em prata e porcelana, castiçais, peças entalhadas e madeiras incrustadas, agora mostrados a todos os que visitarem à casa.
Este acervo estará de modo integrado, aberto à visitação, neste espaço cultural. A música comunica com o mobiliário, que dialoga com as obras e adornos e com os costumes dos Bispos Marianenses.
A edificação, por si só, constitui outro atrativo que aguçará a curiosidade de muitos. Considerada um dos três principais exemplares da arquitetura pós-moderna no Brasil e um dos vinte mais expressivos no mundo, o local serviu como Palácio Arquiepiscopal (residência) entre os anos de 1987 e 2023. Nela residiram Dom Oscar de Oliveira, Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, Dom Geraldo Lyrio Rocha e o atual Arcebispo, Dom Airton José dos Santos. O ex-Palácio Arquiepiscopal valorizará todo o acervo nela preservado e exposto, sendo também objeto de visitação dentro de todo o contexto do conjunto histórico.
No evento de abertura do novo espaço, acontecerá, também, uma homenagem à memória de Dom Geraldo Lyrio Rocha, 5° Arcebispo de Mariana. A data para a inauguração do museu acontecerá exatamente no dia do primeiro ano de falecimento do eclesiástico. Na oportunidade será lançado o livro “A Vida se faz história - Dom Geraldo Lyrio Rocha: memória e testemunho”.
Com este novo espaço cultural, a cidade de Mariana, no mês em que completa 328 anos, poderá comemorar mais este atrativo de qualidade e expressiva importância histórica, que comunga arte e fé e demonstra especial cuidado com a preservação do patrimônio da Arquidiocese que tem sua sede primacial nesta Cidade.
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