Mostra de Cinema de Ouro Preto, única no circuito de festivais a tratar cinema como patrimônio e dedicar sua programação à preservação, história e educação, acontece de 19 a 24 de junho, na cidade histórica mineira que é patrimônio da humanidade; programação gratuita exibe 153 filmes de 7 países e 18 estados brasileiros, realiza oficinas, masterclasses internacionais, sessões cine-escola, lançamento de livros, Cortejo da Arte, exposição, performance e shows musicais
Abertura oficial na noite do dia 20 homenageia o cineasta e animador Alê Abreu, indicado ao Oscar em 2016 por seu longa-metragem “O Menino e o Mundo”, um clássico da animação no país que completa 10 anos este ano
Evento promove também o 19o Encontro Nacional de Arquivos e o Encontro da Educação: XVI Fórum da Rede Kino, reúne representantes do Minc, Mec, Secom, Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e mais de 120 profissionais em 31 debates, diálogos da preservação e educação e masterclasses com profissionais estrangeiros
A cidade de Ouro Preto, Patrimônio Histórico da Humanidade, será sede da 19ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, entre os dias 19 e 24 de junho de 2024. Trata-se do único evento brasileiro com enfoque no cinema como patrimônio e a estruturar a programação em três temáticas: preservação, história e educação. Cada uma delas têm atividades complementares, em sessões de filmes, debates, rodas de conversa, estudos de caso e lançamentos de livros.
Durante seis dias de programação intensa e gratuita, o público vai conferir mais de 32 sessões de cinema com exibições para todas as idades em dois cinemas instalados especialmente para o evento: o Cine-Praça, ao ar livre, na Praça Tiradentes (plateia de 500 lugares); e o Cine-Teatro, no Centro de Convenções (plateia de 510 lugares). Para além das sessões, as atividades incluem debates, masterclasses, rodas de conversas, oficinas, Mostrinha, atrações musicais e várias outras atividades espalhadas pela cidade, pelo Centro de Artes e Convenções e na Praça Tiradentes.
Na programação audiovisual, são 153 filmes em pré-estreias e mostras temáticas - (15 longas, 1 média e 122 curtas-metragens), vindos de 7 países (Brasil, Angola, Argentina, Benin Colômbia, França e Portugal) e de 18 estados brasileiros (AC, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, MS, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RS, SC, SP) distribuídos em oito mostras: Contemporânea, Homenagem, Preservação, Histórica, Educação, Mostrinha, Cine-Escola, Contemporânea TV UFOP e IC Play.
“A CineOP tem se destacado não apenas pelo enfoque conceitual diferenciado de abordar o cinema de maneira ampla em três frentes temáticas – preservação, história e educação, mas também por ser um espaço privilegiado de discussões de políticas públicas para a preservação audiovisual e as conexões entre o cinema e a educação – duas linguagens que se enriquecem mutuamente realizando encontros, incentivando reflexões, provocando discussões, apresentando projetos, iniciativas e filmes instigantes e fortes na relação com o seu tempo e pelo que representam. Ao longo de sua trajetória sempre esteve atenta às mudanças no campo da preservação, ao mesmo tempo, que propõe olhar para a história com perspectiva de futuro e, ainda, aproximou a educação do cinema criando espaços de construção coletiva para contribuir com o momento atual e urgente para a presença do audiovisual nas escolas”, relata Raquel Hallak, coordenadora geral da CineOP.
A ser realizado na CineOP, o 19o Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros e o Encontro da Educação: XVI Fórum da Rede Kino seguem como ambientes referenciais de discussões e definições a profissionais e educadores. No total estão previstos 31 debates e rodas de conversa, com a participação de mais de 120 profissionais nacionais e internacionais nas mais variadas atividades e encontros.
Abertura Oficial | homenagem
O evento oficial de abertura acontece na noite de 20 de junho (quinta-feira), às 19h30, na Praça Tiradentes. O homenageado dessa edição, dentro da temática “Cinema de animação no Brasil: uma perspectiva histórica”, será o cineasta e animador Alê Abreu, que receberá o Troféu Vila Rica e terá uma retrospectiva de seus trabalhos ao longo do evento.
Com 30 anos de carreira dedicados à linguagem da animação, Alê Abreu se tornou emblema e sinônimo de criatividade na área, inclusive tendo seu segundo longa-metragem, “O Menino e o Mundo” (2014), indicado ao Oscar da categoria em 2016. “A homenagem está ancorada no percurso autoral de um criador que, se tem ainda poucos filmes, é especialmente coerente e obsessivo”, diz Cléber Eduardo, curador da Temática Histórica junto, este ano, com o professor e animador Fábio Yamaji.
Além da homenagem a Abreu, a sessão de abertura vai contar com a exibição de seis curtas-metragens animados que irão fazer um breve percurso histórico para ilustrar, logo de início, o recorte desse ano na CineOP: “Passo” (Alê Abreu, 2007), “Respeitável Público” (Irmãos Wagner, 1987), “A Saga da Asa Branca” (Lula Gonzaga, 1979), “Até a China” (Marão, 2015), “Novela” (Otto Guerra, 1992) e “Castelos de Vento” (Tania Anaya, 1999).
No caso de Alê Abreu, a retrospectiva de sua obra vai ocupar outras sessões ao longo da CineOP, incluindo seus três longas-metragens (“Garoto Cósmico”, 2007; “O Menino e o Mundo”, 2014; e “Perlimps”, 2023) e diversos curtas desde o começo de sua carreira, há três décadas.
Foto: Divulgação