Pelo décimo primeiro mês consecutivo o nível de endividamento dos belo-horizontinos apresentou tendencia de queda. Em maio, 88,9% dos consumidores estavam endividados na capital mineira, com 0,2 pontos percentuais (p.p.) inferior ao último mês. Apesar de não ser estatisticamente relevante, esta diferença consolida a trajetória de desaceleração do endividamento dos consumidores de Belo Horizonte. Os dados são da edição regional da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), são apurados pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG), com base nas informações coletadas pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com a pesquisa, se comparado com o mesmo período do ano passado, o endividamento apresentou uma retração de 4,0 p.p.. “A maior disponibilidade de renda entre as famílias, justificada principalmente pelo mercado de trabalho mais aquecido e as transferências feitas pelo governo federal, permite que os consumidores façam suas compras sem recorrer ao crédito. Esse comportamento, acrescido a outros fatores conjunturais, como a desaceleração da inflação, leva o endividamento das famílias para baixo”, explica a economista da Fecomércio MG, Gabriela Martins.
Apesar da retração do endividamento, as famílias de Belo Horizonte estão com dificuldades de honrar seus compromissos já adquiridos. Em maio, 50,2% da população estava com contas em atraso, valor 0,6 p.p. superior ao observado no mês imediatamente anterior. “O aumento da inadimplência é sempre um termômetro de alerta, visto que, tal comportamento demonstra que as famílias não estão conseguindo manter seus compromissos financeiros em dia, prejudicando a manutenção do acesso ao crédito e, consequentemente, prejudicando o consumo”, destaca Martins.
Entre os tipos de dívidas, o cartão de crédito segue sendo o principal compromisso financeiro assumido. O cartão de crédito é conhecido pela sua facilidade no uso, permitindo com que as pessoas acabem fazendo suas compras do dia a dia com essa modalidade de crédito. Esse comportamento resulta em 91,6% dos endividados comprometidos com esta modalidade. O carnê (26,5%) e os financiamentos de carro (12,2%) também estão entre as formas mais utilizadas.
O levantamento apontou ainda que as dívidas comprometem, em média, 29,7% da renda familiar, e o número de consumidores que não terão condições de quitar suas dívidas somou 16,6%, apresentando um aumento de 1,8 p.p. em comparação com o mês imediatamente anterior. Grande parte dos endividamentos possuem um tempo médio de comprometimento da renda de aproximadamente sete meses.
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