O projeto visava estabelecer diretrizes para a elaboração do plano municipal de adaptação às mudanças climáticas, mas foi rejeitado sob a justificativa de que uma iniciativa semelhante está em tramitação no Senado Federal.
No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado na quarta-feira, 5 de junho, Mariana reflete sobre suas responsabilidades e desafios frente às mudanças climáticas. A cidade, que carrega as cicatrizes da tragédia da barragem de Fundão em 2015, enfrenta mais um dilema ambiental com a rejeição do Projeto de Lei da vereadora Sônia Azzi. O projeto visava estabelecer diretrizes para a elaboração do plano municipal de adaptação às mudanças climáticas, mas foi rejeitado sob a justificativa de que uma iniciativa semelhante está em tramitação no Senado Federal.
Rejeição do Projeto
O projeto da vereadora Sônia Azzi, apresentado na última semana, foi rejeitado pela Câmara Municipal de Mariana. O parecer, que fundamentou a rejeição, apontou a existência de uma proposta similar a nível nacional aguardando apreciação no Senado Federal. A vereadora Azzi destacou que, embora haja uma iniciativa nacional, é importante que os municípios adotem suas próprias medidas de adaptação climática, considerando suas especificidades e urgências locais.
Impactos das Mudanças Climáticas
A rejeição do projeto preocupa os cidadãos, especialmente em um momento em que o Brasil enfrenta eventos climáticos extremos. Recentemente, o Rio Grande do Sul foi palco de uma enchente devastadora, destacando a urgência de políticas de adaptação e mitigação. Em Mariana, as memórias do rompimento da barragem de Fundão ainda são vívidas, ressaltando a necessidade de medidas preventivas eficazes.
Fórum das Mudanças Climáticas
Na terça, dia 4 de junho, ocorreu em Mariana o 1º Fórum das Mudanças Climáticas e Sustentabilidade, reunindo especialistas, gestores públicos e representantes da sociedade civil. O evento destacou a importância de cidades inteligentes e resilientes, capazes de enfrentar os desafios climáticos com tecnologia e planejamento estratégico. Discussões no fórum enfatizaram que a adaptação local é essencial para a segurança e bem-estar da população.
Dados e Perspectivas
Estudos recentes indicam que as mudanças climáticas podem aumentar a frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos, como enchentes e secas. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as áreas urbanas são particularmente vulneráveis devido à densidade populacional e infraestrutura. Mariana, com sua histórica infraestrutura e localização geográfica, não está isenta desses riscos.
A rejeição do projeto da vereadora Azzi levanta questões sobre a prontidão de Mariana para enfrentar futuros desafios climáticos. Enquanto o Senado Federal debate uma iniciativa nacional, especialistas defendem que ações locais não devem ser adiadas, assim como aconteceu em diversas cidades que já aprovaram um Plano de Adaptação. A implementação deste plano municipal poderia proporcionar respostas mais rápidas e eficazes às necessidades específicas da cidade.
Por Geize Dias
Foto: Divulgação