Criminosos têm se aproveitado do início do calendário de pagamento do IPVA (Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores) para aplicar golpes contra os contribuintes. O imposto é administrado pelas secretarias de Fazenda dos 26 estados, além do Distrito Federal, e é uma das primeiras obrigações financeiras pelas quais o contribuinte precisa arcar a cada novo ano.
Órgãos de defesa do consumidor observam que a prática mais comum dos golpistas tem se concentrado no envio de boletos falsos às vítimas, que achando ser o documento oficial, acabam fazendo o pagamento do valor informado.
Esses boletos são enviados por e-mail, link em mensagens de texto e até pelos Correios. O suposto documento é bem similar ao original, com logotipos e informações que parecem ser de um órgão oficial.
Os golpistas, segundo os órgãos de defesa do consumidor, também têm se aproximado das vítimas por meio de telefonemas ou mensagens de uma pessoa que se faz passar por um funcionário do governo ou do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).
Essa pessoa disfarçada avisa a vítima de que ela está atrasada no pagamento do IPVA 2023 e solicita o pagamento imediato para evitar complicações. Em seguida, é pedido que a vítima forneça informações pessoais ou financeiras, ou envie dinheiro por transferência bancária ou cartão de crédito.
No entanto, em qualquer um dos casos, ao pagar o boleto falso, as vítimas estarão enviando o dinheiro diretamente aos golpistas.
Como se proteger?
Importante ressaltar que o boleto do IPVA é emitido pelo próprio motorista pelo site da Secretaria de Fazenda do estado onde o carro foi emplacado. O serviço também é obtido nos Detrans estaduais.
Fica a critério do contribuinte escolher qual a melhor forma para quitar o IPVA: à vista ou parcelado. Em nota, a Sefaz (Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo) informa que “não envia qualquer tipo de boleto relacionado ao IPVA”.
Os proprietários de veículos registrados no estado de São Paulo podem conferir o valor do imposto em toda a rede bancária, aponta a Sefaz-SP. “Além do site da Sefaz, a consulta pode ser realizada nos terminais de autoatendimento, internet banking e aplicativos de celular disponibilizados pelos bancos, bastando informar o número do Renavam [Registro Nacional de Veículos Automotores]”. Os débitos podem ser pagos em agências lotéricas e em bancos tradicionais.
Victor Mahon, sócio da Zapay, startup focada em auxiliares motoristas de veículos a pagar os débitos, afirma que o consumidor sempre precisa desconfiar quando receber boleto de um remetente desconhecido. Deve também redobrar a atenção quando é contatado por alguém que diz ser do governo ou do departamento de trânsito. “Não envie dinheiro ou forneça informações pessoais. Em vez disso, entre em contato com o departamento de trânsito ou o governo local para verificar a veracidade da solicitação”, orienta.
“Algumas mensagens remetem a páginas falsas de sites do governo. Para ter a garantia de que estará acessando o site oficial, não clique nesses links. Opte sempre por digitar, no próprio navegador da internet, o endereço do site que deseja acessar, e assim terá a garantia de que estará acessando o site oficial”, complementa Mahon.
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