O Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, recebeu a imposição do pálio arquiepiscopal pelas mãos do Núncio Apostólico, Dom Giovanni D’Aniello, embaixador da Santa Sé no Brasil, na manhã do último domingo (30), na igreja São Pedro dos Clérigos, em Mariana. Também estiveram presentes o bispo de Divinópolis, Dom José Carlos Souza Campos, o bispo emérito de Oliveira, Dom Francisco Barroso Filho e alguns padres.
Após renovar a sua Profissão de Fé, Dom Airton fez o Juramento de Fidelidade, em que reforçou desempenhar os deveres que lhe foram confiados e, em seguida, o Núncio impôs o pálio. “[...] Ao assumir o ofício de Arcebispo Metropolitano de Mariana prometo conservar-me sempre em comunhão com a Igreja católica, quer em palavras por mim proferidas quer em meu procedimento [...]”, disse o arcebispo de Mariana.
Em nome da Arquidiocese, o vigário geral, monsenhor Celso Murilo Sousa Reis, acolheu ao representante do papa e exaltou a alegria de vivenciar a ocasião, que, em suas palavras, permite a renovação de ser uma Igreja viva do Senhor. “Sr. Núncio, a sua atenciosa visita e o simbolismo de sua presença como instrumento de comunhão eclesial vem trazer-nos apoio e entusiasmo para crescermos no espírito de família de Deus, na consciência de pertença à Igreja católica”, afirmou.
Em sua homilia, Dom Giovanni D’Aniello deu destaque a representação do pálio, que, de acordo com ele, vai além do reforço da qualidade de um bispo enquanto pastor. “Simboliza também a atitude das ovelhas para com ele, de se deixar conduzir, de se deixar ser carregada nos braços. [...] Tem que ter uma ação conjunta. Na Igreja vivemos juntos, trabalhamos juntos. O bispo é aquele que carrega todas as responsabilidades, que tem que guiar, mas isso não impede que os outros trabalhem com ele. Juntos temos que ser presença viva do Cristo”.
Desde 2015, o papa apenas entrega o pálio aos arcebispos metropolitas no dia da Festa de São Pedro e São Paulo. A imposição é feita nas arquidioceses pelo núncio apostólico no país. “A minha presença aqui enquanto representante do papa hoje quer ser uma presença do carinho e da solicitude do Santo Padre, mas também uma presença daquele que diz: vamos continuar juntos. Na Igreja não temos ilhas, somos uma só, onde todos compartilhamos a mesma comunidade”, afirmou Dom Giovanni.
O pálio
O pálio é uma espécie de colarinho de lã branca, usado sobre a casula. Possui uma volta no centro, a qual descansa nos ombros sobre a gola da casula, tendo duas pontas pendentes, uma anterior e outra posterior, de modo que, quando visto da parte dianteira ou traseira, ele se assemelha à letra Y. É confeccionado com a lã de dois cordeiros brancos, criados pelos monges trapistas da Abadia de Tre Fontane, em Roma. E, desde 1644, são abençoados pelo Abade Geral dos Cônegos Lateranenses na Basílica de Santa Inês Fora dos Muros, no dia em que se faz memória da Santa, em 21 de janeiro. É tecido e costurado pelas freiras de clausura do convento romano de Santa Cecília, em Trastevere, e são levados ao Papa no Palácio Apostólico, guardados sobre as relíquias de São Pedro até o dia 29 de julho, solenidade de São Pedro e São Paulo, quando são entregues aos arcebispos nomeados desde a mesma data do ano anterior.
O seu simbolismo é claro: a lã de ovelha quer lembrar ao arcebispo que ele é pastor do rebanho de Cristo e, como tal, deve seguir seu exemplo, tendo especial atenção àquelas ovelhas perdidas, adoentadas e feridas, as quais o Bom Pastor carrega em seus ombros. Simboliza, por fim, a união com a Sé Apostólica e o dever de salvaguardar a unidade da fé nas Igrejas Particulares de sua província.
Foto: Departamento Arquidiocesano de Comunicação