Criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial da Saúde Ocular é celebrado nesta segunda-feira (10/07), com o objetivo de alertar sobre a importância do cuidado com os olhos. A Fundação Ezequiel Dias (Funed), por meio da sua Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD), tem entre suas linhas de pesquisa a de sistemas implantáveis para aplicação ocular, que atua no desenvolvimento e avaliação clínica de implantes poliméricos biodegradáves para aplicação no tratamento de doenças do segmento posterior do olho, como degeneração macular, uveíte, retinopatia, entre outras.
O grupo de pesquisa, coordenado pela pesquisadora e diretora da DPD, Sílvia Ligório Fialho, atua desde 2002 no estudo dos implantes, cujo método desenvolvido resultou na patente “Formulação farmacêutica para administração intraocular de fármacos e processo de obtenção”, concedida em 2020. O grupo vem atuando em projetos subsequentes que avançam em seus resultados, permitindo conhecimento e maturidade tecnológica na área. Esses projetos já alcançaram um elevado nível de maturidade tecnológico e, atualmente, três produtos utilizando essa plataforma já possuem estudo clínico realizado.
São eles:
Implante de dexametasona: utilizados em dez pacientes, para tratamento de edema macular associado a oclusão de veia da retina, com resultados satisfatórios e sem ocorrência de efeitos adversos.
Implante de clindamicina: demonstrou redução da inflamação e cicatrização da lesão retinocoroidal, sem a ocorrência de efeitos adversos em cinco pacientes.
Implante de acetazolamida: utilizado para edema macular cistoide, com resolução completa da perda de visão inicial.
Para dar continuidade aos trabalhos já realizados, o grupo agora submete projeto em que propõe a avaliação pré-clínica de implantes biodegradáveis contendo dexametasona associada a nitazoxanida, visando obter um efeito sinérgico no tratamento da toxoplasmose ocular pela diminuição da inflamação causada pela uveíte infecciosa; e ação contra as formas taquizoíta e bradizoítas do parasita, reduzindo a possibilidade de surgimento de recidivas e possíveis casos de cegueira. “Esperamos, com esses estudos, ter dados suficientes que possam garantir a futura incorporação desses medicamentos no SUS, pois o custo atual do medicamento disponível (implante de dexametasona) é muito alto e os demais existentes não estão disponíveis no mercado”, explica Sílvia Fialho.
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