Principal suspeito, que é ex-policial militar, está foragido.
A Polícia Civil realizou, nesta quinta-feira (23/03), em Belo Horizonte, uma operação contra um esquema de pirâmide financeira que teria feito cerca de 400 vítimas e gerado um prejuízo de aproximadamente R$ 50 milhões. Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
O principal suspeito é ex-policial militar. Ele era alvo de um mandado de prisão preventiva, mas não foi encontrado, porque, segundo a polícia, está fora do país.
De acordo com as investigações, iniciadas no fim de 2022, a pirâmide financeira durou cerca de dois anos. As vítimas procuraram a delegacia depois que o suspeito, que era administrador da Alfa Investing e comandava o esquema, parou de respondê-las e fugiu. As pessoas relataram ter perdido de R$ 50 mil a R$ 3 milhões.
Segundo o delegado Marlon Pacheco, titular da 3ª Delegacia de Fraudes, além de ser ex-policial, o suspeito frequentava uma célula religiosa de uma igreja evangélica de Belo Horizonte. Por isso, grande parte das vítimas é da área de segurança pública ou ligada à igreja.
O investigado ostentava uma vida de luxo para atrair a confiança de investidores. Conforme o delegado, a empresa dele tinha, inclusive, um escritório com "estrutura sofisticada" na capital.
"Como todo delito de pirâmide, os investigados ostentam em redes sociais e nos núcleos que frequentam uma vida bastante de luxo (...) Temos informações das vítimas de que as festas e os eventos eram todos de algo glamour, sempre com muito luxo e ostentação, e isso acabou atraindo quase 400 vítimas", afirmou o policial.
O suspeito prometia às vítimas rendimentos de 10% do capital investido, por meio de aplicações em ações e câmbio.
"A pirâmide, para começar a girar, precisa de um grande aporte financeiro. As pessoas começam efetivamente a receber esses valores, até que você tem um volume de dinheiro suficiente para que os novos aportes sejam usados para pagar os antigos e colher novos. Só que, como isso não se sustenta, em dado momento o dinheiro é desviado, e as pessoas desaparecem", disse o delegado.
Segundo a polícia, o investigado entrou em Portugal, mas pode ter ido para outro país. A expectativa é que o mandado de prisão seja cadastrado na Interpol para que ele seja colocado na lista de procurados internacionais.
Ele é suspeito de crimes como estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações continuam para identificar outros envolvidos.
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