Moradores da República Partenon, em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, afirmam que o desvio de R$ 500 mil de contas bancárias da casa foi direcionado para apostas virtuais. Essa é uma das conclusões do estudante Daniel Domingues Silva.
"Nós fomos analisar os extratos e descobrimos que todo o dinheiro da república havia sido desviado e isso envolvia a conta pessoal dele e outras contas que, verificando, pesquisando bastante, estavam vinculadas até mesmo a casas de apostas online”, disse Daniel.
Parte do recurso seria utilizado para a aquisição da casa que é sede da república. Um sonho que, segundo os moradores, existe há mais de 20 anos, mas virou pesadelo da noite para o dia. A república existe desde 1996, mas o imóvel é alugado.
A partir da realização de festas e eventos, os moradores juntaram os R$ 500 mil. Com essa quantia, assinaram o contrato de compra e venda da casa. Mas, em março, foram procurados pelo advogado de Ygor Fernandes Araújo, que atuava como tesoureiro da república. Ygor é apontado pelo grupo como a pessoa suspeita de desviar os recursos, mas a defesa sustenta que o estudante aplicou o dinheiro com a intenção de ajudar.
“Ele percebeu algum desfalque, algum débito nas contas logo após assumir as funções. Na boa fé, na boa intenção de repor esses valores, acabou fazendo algumas aplicações, alguns investimentos. Ele não conseguiu recuperar esses valores. Mas, desde o início, durante os fatos e, até o presente momento, o que fica muito claro para nós é que não houve nenhum tipo de intenção, de enriquecimento ilícito ou acréscimo patrimonial efetivo por parte dele”, disse Gabriel de Faria, advogado de Ygor.
A dívida da casa é uma boa parte do problema, mas outros credores precisam receber valores da república. Uma dívida de R$ 70 mil, contraída durante o Carnaval deste ano, não tem como ser quitada.
Os moradores se reuniram e, segundo o estudante José Augusto Oliveira da Rocha, já existe uma arrecadação virtual para juntar esse dinheiro.
“A gente está fazendo uma ‘vaquinha’ online, com o intuito de poder ajudar a pagar essas dívidas. A gente vai se desdobrar para honrar esses compromissos”, afirmou José.
A Polícia Civil abriu uma investigação para apurar o caso. A instituição começou a ouvir vítimas e testemunhas.
A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), instituição a qual os estudantes são vinculados, informou que a suposta ação não ocorreu em nenhum espaço acadêmico ou que tenha relação direta com projetos e ações institucionais.
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