Tu nascerás como uma criança quando a nação de ferro cessará e surgirá em todo o mundo a nação de ouro luzindo: onde Apolo já havia reinado. (Sibila Ciméria)
Qual é o papel das artes, senão nos inspirar em nossas ações cotidianas de nos lembrar - através de diversas formas de expressão - que o verdadeiro sentido da nossa existência vai além do meramente palpável? Sendo assim, defino a exposição “Sibilas do Tijuco: Vozes que Ecoam”, do artista diamantinense Marcial Ávila, como uma experiência de pura inspiração. As obras apresentadas aqui no Museu Casa dos Contos foram profundamente marcadas pela sensibilidade do artista, mas não só. Também a pesquisadora e professora Maria Cláudia Almeida Orlando Magnani alicerçou o trabalho de Marcial, confirmando a força inspiradora que é própria daquelas que representam o fio condutor desta mostra temporária, no caso, as Sibilas do Tijuco.
Dentre as dimensões artísticas, culturais e religiosas abarcadas por essas obras, precisamos considerar que tais personagens ultrapassam a experiência mitológica e, de forma inusitada, chegam até nós como mensageiras de virtudes inspiradoras, para além do seu aspecto religioso. Além das pinturas e das 12 Sibilas e painel da Sibila Ciméria (Cumana), de Marcial Ávila, irá compor a exposição véu quaresmal sibilino de Caetano Luiz de Miranda (Século XVIII).
A sequência das Sibilas do artista resulta da contemplação da abóbada da capela-mor da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim e dos véus quaresmais sibilinos, somada a tantas outras experiências e impressões acumuladas ao longo de sua trajetória. Enfim, as Sibilas do Tijuco têm algo a nos profetizar e, acredite, nada lhe será revelado sem que você silencie para escutar as vozes que, neste tempo e espaço, ecoam.
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