A tuberculose é uma doença que ainda acomete muitas pessoas ao redor do mundo e mantém elevado número de óbitos. Dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) mostram que, somente em 2021, foram notificados 4.011 casos de tuberculose em Minas Gerais, sendo que 276 pessoas vieram a óbito.
Apesar disso, a doença tem cura; e o diagnóstico e o tratamento estão disponíveis em qualquer Unidade Básica do Estado pelo Sistema Único de Saúde.
Segundo Maíra Veloso, coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose da SES, o preconceito e o abandono do tratamento são os principais desafios para o controle da doença.
“Muitas pessoas acreditam que a doença já foi erradicada, mas isso não é verdade. A tuberculose ainda preocupa e deve ser combatida. O desconhecimento e a falta de informação são desafios para o controle da tuberculose. Compreender a forma de transmissão, os sintomas, e entender que a doença é tratável e curável é fundamental para que haja redução do preconceito e discriminação”, explica a coordenadora.
Preconceito e abandono
Maíra Veloso explica que outra dificuldade para o combate à doença é o longo tempo de tratamento (mínimo de 6 meses), que deve ser completado mesmo que haja melhora dos sintomas. Por isso, é importante que o paciente esteja bem orientado, evitando assim a interrupção do tratamento.
“Um dos grandes desafios para o controle da tuberculose é evitar o abandono. Muitas pessoas ao iniciar o tratamento apresentam melhora dos sintomas e deixam de tomar os medicamentos. É importante que o profissional de saúde acompanhe o paciente e informe da necessidade de tomar os medicamentos de forma regular e no tempo correto, que é de no mínimo 6 meses”, disse Maíra.
A SES-MG tem atuado junto aos 853 municípios para incentivar ações de controle da doença e divulgar estratégias para fortalecer a adesão dos pacientes aos tratamentos. Regularmente, são realizadas visitas de monitoramento, reuniões virtuais para monitoramento dos planos de ação e capacitações.
Além disso, a Secretaria tem promovido workshops, seminários, campanhas, cursos e materiais informativos voltados aos profissionais de saúde e webinários para a população geral com o intuito de diminuir o preconceito em relação a doença.
A doença
A tuberculose é uma doença infecciosa, cuja transmissão ocorre por via respiratória, de pessoa a pessoa, quando uma delas está com tuberculose pulmonar ou laríngea sem tratamento.
“É importante saber que a tuberculose não se transmite pelo compartilhamento de roupas, lençóis, copos e outros objetos. É transmitida pelo ar de pessoa a pessoa, através da tosse, fala ou espirro de um doente com a forma pulmonar ou laríngea”, enfatiza Maíra.
Sintomas e diagnóstico
Os sintomas mais comuns da tuberculose são tosse persistente seca ou produtiva, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento.
O diagnóstico de tuberculose pulmonar e laríngea deve ser realizado por meio do Teste Rápido Molecular (TRM-TB), da baciloscopia, cultura para micobactérias e teste de sensibilidade. O Raio-X de tórax e outros exames de imagem podem ser utilizados como complementares.
Na maioria dos casos, o diagnóstico e acompanhamento devem ser realizados nas Unidades Básicas de Saúde.
Prevenção
Uma forma importante de prevenção é realizar a vacinação com BCG, que está disponível no calendário de rotina para crianças em dose única, logo ao nascer. A vacina protege principalmente contra as formas graves da doença.
Outra forma de prevenir a disseminação da tuberculose é identificar rapidamente o paciente com a doença e iniciar o tratamento. Após 15 dias de uso regular dos medicamentos, a maioria dos doentes não transmite mais a doença.
É importante frisar também que ambientes arejados, ventilados e com incidência de luz solar ajudam a reduzir os riscos de transmissão.
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