Os bancos de todo o país iniciam em 1º de março um mutirão de renegociação de dívidas de seus clientes. Promovida pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em parceria com o Banco Central, a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) e Procons, a ação vai até o dia 31 de março.
Será possível renegociar débitos em atraso diretamente com os bancos, em seus canais na internet, telefone e agências, ou pelo portal Consumidor.gov.br. É preciso ter senha da plataforma Gov.br nível prata ou ouro para acessar o portal.
Estão na lista de negociação as dívidas no cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado e demais modalidades de crédito, com exceção das que tenham bens dados em garantia (como veículos, motocicletas e imóveis).
As condições como número de parcela, percentual de desconto e se há perdão ou não da multa variam conforme cada instituição e será negociada diretamente com o cliente. No site meubolsoemdia.com.br o consumidor encontra orientação sobre o Mutirão de Negociação e Orientação Financeira para ter acesso ao montante que deve e saber como fazer a negociação.
A última edição do mutirão ocorreu em novembro de 2022. Segundo a Febraban, foram renegociados 2,325 milhões de contratos. A ação ocorre duas vezes por ano, em março e novembro.
Os dados mais recentes sobre inadimplência mostram que o país tem cerca de 65,19 milhões de brasileiros com dívidas em atraso, segundo estudo da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) feito em janeiro.
O endividamento das famílias fechou 2022 em alta. Levantamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) aponta que 77,9% dos consumidores tinham alguma dívida a vencer em dezembro —o quarto recorde consecutivo.
O valor representa um aumento de sete pontos percentuais em relação a 2021, quando a taxa foi de 70,9%. O cenário ainda é reflexo do aumento do endividamento das famílias durante a pandemia, somadas a um período de inflação alta e taxa de juros elevada.
Saiba fechar o acordo
Antes de fechar o acordo no mutirão, é preciso saber o valor da dívida e avaliar as condições que estão sendo propostas pelo banco ou financeira. Confira as dicas:
1. Faça as contas para entender suas dívidas
Faça uma lista de todas as contas e parcelas atrasadas, com os respectivos valores
Coloque no topo da lista aquelas que você precisa quitar primeiro, porque são essenciais para te devolver o poder de compra ou porque têm juros muito altos, como é o caso do cartão de crédito ou cheque especial
Depois, é preciso saber quanto terá disponível em cada mês para pagar os valores negociados, considerando as demais despesas que você já possui
2. Negocie com os credores
Entenda como está sendo a negociação: Qual o percentual de desconto sobre o total da dívida? Se pagar à vista, há desconto maior? Se parcelar, quanto são os juros?
Defina um objetivo, o valor que poderá dispor e faça contrapostas
Se ainda ficarem dúvidas, imprima a proposta de negociação, converse com a família e, só depois de chegar a uma conclusão, feche o acordo
3. Organize-se para não continuar devendo
Ao fechar o acordo, saiba que é preciso cumpri-lo até o final, portanto, negocie apenas valores que pode pagar com a renda que já tem
Para garantir que não tenha mais dívidas negativadas em seu nome, aposte no planejamento financeiro, equilibre seus ganhos e gastos mensais
Faça uma planilha e envolva toda a família nesse controle e no esforço para economizar
Foto: Divulgação