O Auditório Juscelino Kubitschek, na Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas Gerais, ganhou iluminação especial na noite desta sexta-feira (27/01), como parte da campanha do Janeiro Roxo, que tem como objetivo conscientizar a população sobre o enfrentamento à hanseníase.
Manchas dormentes, de cor esbranquiçada, avermelhada ou parda, são um dos principais sintomas da doença. Crônica e transmissível, a hanseníase é causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que atinge principalmente a pele e os nervos periféricos, com capacidade de ocasionar lesões neurais.
Sem tratamento adequado, a hanseníase tem alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.
Por isso é importante alertar a população sobre os sinais e sintomas da doença, a necessidade de procurar os serviços de saúde o quanto antes, além de divulgar o tratamento e cura da doença, combatendo o preconceito que existe diante da falta de informação.
O tratamento da hanseníase está disponível nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Imediatamente após começar o tratamento, que dura entre seis a 12 meses, mesmo os pacientes da forma contagiosa, cerca de 30% do total de doentes já não mais a transmitem para as pessoas com quem convivem. Os contatos domiciliares dos pacientes com hanseníase têm maior risco de desenvolver a doença, portanto, também devem ser examinados e orientados.
Ações em Minas Gerais
Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), entre os anos de 2017 e 2021, foram diagnosticados 4.856 novos casos de hanseníase em Minas, com tendência decrescente de notificação. Em 2017 foram 1.104 novos casos; em 2018 foram 1.035 casos; em 2019 foram 1.090 casos; em 2020 foram 759 casos; e em 2021 foram 868.
A SES-MG, por meio da Coordenação de Hanseníase, está empenhada para implementar e fortalecer a “Estratégia Nacional para Enfrentamento da Hanseníase (ENEH) 2023-2030”, adequando-se à realidade do estado.
A coordenação estadual de hanseníase definiu o “Plano Estadual de Enfrentamento da Hanseníase em Minas Gerais, 2019-2022”. Elaborado em parceria com várias instituições, ele propõe a criação de políticas públicas por meio de cinco eixos e diretrizes: fortalecimento das ações de vigilância e integração com Atenção Primária à Saúde (APS); implementação da Rede de Atenção à Pessoa com Hanseníase (RAPH); fomento à educação permanente e integração ensino-serviço; fortalecimento da educação em saúde e mobilização social; e gestão e realização de atividades de monitoramento e avaliação.
Atualmente, em Minas Grais, os pacientes com hanseníase são assistidos pelas equipes de atenção primária, serviços de atenção especializada, e centros de referência com atuação macrorregional, estadual e nacional.
Também existem quatro Casas de Saúde (antigos Hospitais-Colônias) localizadas nos municípios de Bambuí (Casa de Saúde São Francisco de Assis), Betim (Casa de Saúde Santa Isabel), Três Corações (Casa de Saúde Santa Fé) e Ubá (Casa de Saúde Padre Damião).
A gestão das Casas de Saúde é realizada pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), cabendo à SES-MG implementar as diretrizes nacionais e elaborar políticas públicas relacionadas ao controle do agravo e promoção da saúde e qualidade de vida dos mineiros.
Além disso, por meio da Deliberação CIB-SUS/MG 2706, de 18 de abril de 2018, foi instituído o Comitê Estadual de Enfrentamento da Hanseníase, que é intersetorial e tem caráter consultivo. Em maio de 2021, o comitê foi reestruturado, realizando reuniões mensais que fomentam os compromissos do estado e municípios.
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