O documento norteador da mesa foi lido pela presidenta da União dos Negros e Negras do Brasil (Unegro) no Rio Grande do Sul, Elis Regina.
O texto fala do “gigantesco desafio” a ser enfrentado, após a derrota eleitoral do “monstro do fascismo”.
“É preciso garantir um cotidiano, retomar e reconstruir a nossa dignidade como nação livre, democrática, humanitária e soberana. Assim, com a eleição do operário Lula da Silva pela terceira vez presidente, o olhar do mundo se volta para o Brasil como referência no enfrentamento às desigualdades e no traçar caminhos de igualdades e paz. Essa vitória foi legitimada pelo povo brasileiro através de nossas maiores riquezas: a diversidade humana e cultural, aliada à grandiosidade da nossa biodiversidade”.
Desigualdades
Integrante do Comitê Internacional do fórum, Oded Grajew falou da importância de se adotar medidas para combater a desigualdade, incluindo o levantamento de dados sobre os indicadores sociais, econômicos, ambientais, políticos e éticos.
“O que que há de comum entre os países que atingiram os melhores indicadores e que nos dão inveja da qualidade de vida que oferece aos seus cidadãos? Todos eles, sem exceção, escolheram o caminho da redução das desigualdades. Vários deles era países muito pobres e chegaram ao seguinte consenso: para qualquer coletivo humano dar certo, é fundamental que tenha relação harmoniosa entre as pessoas. E o que causa a desarmonia é a sensação da injustiça e da desigualdade”.
Grajew indicou que, para reduzir as desigualdades, é preciso caminhos como ampliar a educação pública de qualidade, implantar um sistema tributário progressivo e ter uma representação política que reflita a diversidade da sociedade e promova ações que busquem reduzir as desigualdades de gênero, raça, social, econômica, territorial.
“Na nossa Constituição está dito que a obrigação e compromisso dos governos é reduzir as igualdades. Então deviam introduzir o processo de qualquer projeto de lei nas comissões de Constituição e Justiça, a obrigação de analisar se ele vai aumentar ou diminui a desigualdade. E só conseguir passar o projeto se ele diminuir a desigualdade. A igualdade é inconstitucional”, disse.
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