76% disseram que o recurso vai principalmente para alimentação, mesmo índice de setembro.
Os recursos do Auxílio Brasil continuam sendo utilizados majoritariamente para garantir a alimentação das famílias beneficiadas, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 20 e 21 de dezembro.
Entre os beneficiados, 76% disseram que o dinheiro vai principalmente para comprar comida. Pagar dívidas aparece em segundo lugar, com 11%. Nos dois casos, os percentuais são os mesmos do levantamento anterior, realizado no final de setembro.
Comprar remédios aparece com 5%, ante 6% na pesquisa anterior. A opção comprar gás manteve os 2%. Foram realizadas 2.026 entrevistas em todo o Brasil, distribuídas em 126 municípios. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
O uso do benefício para compra de comida fica acima de 80% entre beneficiados com ensino superior, donas de casa, estudantes, autônomos e assalariados sem carteira. É mais baixo entre moradores do Sul (65%) e pessoas com 60 anos ou mais (62%).
No levantamento, 25% dos entrevistados disseram que alguém da casa recebe o Auxílio Brasil, e 9% afirmaram receber o Vale-Gás federal.
O total de beneficiários do programa social, que em 2023 voltará a se chamar Bolsa Família, chegou à marca de 21,6 milhões. Já o número de contemplados pelo Vale-Gás, que é bimestral, diminuiu de 5,98 milhões em outubro para 5,95 milhões em dezembro, segundo o Ministério da Cidadania.
O Congresso concluiu na quarta-feira (21/12), a aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) da Gastança, que expande o teto de gastos por um ano para o cumprimento de promessas do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A PEC amplia o teto de gastos e permite ao governo eleito pagar os R$ 600 do Bolsa Família mais R$ 150 para cada família com crianças de até seis anos a partir de 2023. Reportagem mostrou que, encerrado o segundo turno da eleição para a Presidência, o programa voltou a registrar fila de espera, algo que não acontecia desde agosto, quando a campanha eleitoral ganhou força.
Por causa dos critérios adotados na gestão Bolsonaro, houve um grande aumento do número de beneficiários do Auxílio Brasil enquadrados como famílias pobres ou extremamente pobres com apenas um integrante.
Esse perfil de beneficiário mais que dobrou em um ano, passando de 2,2 milhões, em novembro do ano passado, para 5,5 milhões atualmente. Em novembro, por exemplo, o benefício médio transferido ficou próximo de R$ 608, sendo que o valor mínimo é de R$ 600.
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