Depois de seis anos de portas fechadas, a Catedral Basílica de Nossa Senhora de Assunção, em Mariana, voltará a receber fiéis no dia 23 deste mês. Construída em 1713, a igreja é a catedral mais antiga de Minas Gerais e uma das únicas edificações do período colonial a manter suas características originais.
Localizada no centro histórico da cidade mineira, a catedral da Sé de Mariana iniciou os trabalhos de reforma em fevereiro de 2016. O prédio tem capacidade para receber 3.000 pessoas.
A verba para os restauros estruturais e artísticos, provenientes de um programa do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) foi de R$ 10,5 milhões, valor contemplado pelo Plano de Ação para Cidades Históricas, dedicado ao patrimônio cultural com enfoque territorial.
A solenidade oficial pela conclusão da obra, um ato civil para que o Iphan entregasse de volta a catedral à Arquidiocese de Mariana, aconteceu nesta quinta-feira (15/12). "O resultado final é espetacular. A catedral está no seu esplendor e isso vem trazendo muita expectativa e muita alegria para a comunidade", diz o padre Geraldo Dias Buziani, reitor da catedral.
Até o dia 23, a igreja será decorada com itens que fazem parte da liturgia católica como flores e castiçais.
A obra envolveu cooperação entre o Iphan, a prefeitura e a arquidiocese. "As intervenções foram partilhadas entre a Paróquia, o Iphan e técnicos da empresa Anima [especializada em restauros] para solucionar as dúvidas que às vezes surgiam, a melhor decisão de restauração. Dúvidas ali foram solucionadas juntos para que o resultado fosse o melhor", diz Buziani.
Inicialmente, as obras começaram pelas partes estruturais e arquitetônicas, com atenção especial à infraestrutura do prédio e ao restauro do telhado, para depois seguir para as partes artísticas da igreja.
Até a próxima semana, quando o público poderá conferir de perto o resultado da reforma, a igreja receberá as preparações para as celebrações que antecedem o Natal, momento aguardado com ansiedade e entusiasmo pelos marianenses.
Apesar da reabertura, a catedral Nossa Senhora de Assunção não dará acesso ao seu acervo original completo, que ainda necessita de trabalhos em algumas obras.
Figuras religiosas que integram os altares precisam de restauro e um órgão importado, presente da coroa portuguesa, deve ser enviado para Espanha para receber os devidos reparos.
"É previsto que, ainda em 2023, sejam restauradas as imagens do templo com recursos do Conselho Municipal de Patrimônio de Mariana", diz o religioso. As reformas restantes, estima, devem acontecer nos próximos dez meses.
Isso não impede que as portas de uma das catedrais mais antigas se abram definitivamente para a população de Mariana e também encante os turistas que visitam a cidade histórica mineira.
A primeira cerimônia voltada para o público acontece no dia 23 de dezembro, com uma missa conduzida pelo Arcebispo Dom Airton José dos Santos, no Santuário de Nossa Senhora do Carmo.
Após a celebração, uma procissão com Nossa Senhora da Assunção, padroeira da Arquidiocese, será conduzida até a catedral de Mariana. A solenidade se encerra com uma apresentação do Quinteto de Minas na praça da Sé. Já no dia 24, a catedral recebe uma missa solene do Natal.
Após o dia 25 de dezembro, missas diárias serão realizadas na catedral, que volta a ser a principal igreja de Mariana, título temporariamente transferido para o Santuário de Nossa Senhora do Carmo durante a reforma.
"A reabertura possibilita ver a beleza dos altares e do templo, mas também reflete na vida espiritual dos fiéis, para que eles renovem a alegria em ser comunidade e estar mais próximos, mais solidários."
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