Essa foi uma das críticas feitas em reunião do Assembleia Fiscaliza, na qual parlamentares ouviram prestação de contas do secretário de Cultura e Turismo.
A prioridade do Executivo estadual para a atividade minerária em detrimento do desenvolvimento do turismo foi uma das críticas feitas ao titular da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), Leônidas Oliveira, durante reunião do Assembleia Fiscaliza na última quarta-feira (14/12).
A sabatina reuniu parlamentares das comissões de Cultura, de Desenvolvimento Econômico e Extraordinária de Turismo e Gastronomia, todas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Ao longo da reunião, o secretário prestou contas sobre o desempenho da secretaria em 2022, quando celebrou o fato de o IBGE ter constatado, em novembro deste ano, que Minas Gerais é o segundo destino nacional mais procurado no mercado doméstico.
Mas a presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, deputada Beatriz Cerqueira (PT), avaliou que 2022 foi um ano de derrota para todos os mineiros neste setor, tendo em vista que a mineração venceu a batalha pela Serra do Curral.
“Hoje eu vejo as táticas que foram usadas com clareza pelo Governo de Minas para favorecer a Taquaril Mineração (Tamisa). Desde 2017 já havia um termo de compromisso para a proteção da Serra, mas o governo permitiu que ficasse parado para dar tempo da Tamisa recorrer à Justiça", afirmou Beatriz Cerqueira.
"Em Brumadinho, turistas morreram pelo crime da Vale. O jogo foi muito bem jogado pelo governo e o que temos no aniversário de Belo Horizonte é a certeza de que a Serra do Curral está desprotegida". Dep. Beatriz Cerqueira
"E ela (mineradora) ganhou. A Fiemg (Federação das Indústrias do Estado) também ganhou e o que tem prioridade no Estado hoje é a mineração. Então hoje falamos de turismo em Minas, mas esse turismo só vai durar até quando a mineração destruir tudo. Vocês acham que turistas vão onde há mineração?", completou a parlamentar.
Mais cobranças
A deputada Leninha (PT) questionou o secretário quanto à aplicação da Lei 23.761, de 2021, que institui o Selo Verde Vida, a ser concedido às empresas privadas que comprovem a adoção de práticas de sustentabilidade ambiental.
Também questionou quanto à elaboração do Plano Mineiro de Turismo e à capacidade operacional do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) de realizar o tombamento de festas tradicionais por todo o estado.
"Minas Gerais precisa sair da dependência da mineração e investir na manutenção da nossa riqueza cultural e diversidade natural. Precisamos discutir desenvolvimento sustentável". Dep. Leninha
“Seria interessante a secretaria investir em calendários regionais, mapeando as principais festas das regiões, incluindo as paradas LGBTs, identificando e qualificando festas tradicionais, para atrair os turistas”, afirmou Leninha.
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