“Minha turma está há dois anos fazendo curso online e a vontade de colocar a mão na massa é grande”, diz Mariana.
A porto-alegrense Mariana Passos é a mais nova moradora de Ouro Preto. Ela se mudou da capital gaúcha para fazer o curso Técnico em Conservação e Restauro da Fundação de Arte de Ouro Preto|FAOP. É uma das estudantes animadas com o retorno presencial. “Minha turma está há dois anos fazendo curso online e a vontade de colocar a mão na massa é grande”, diz Mariana, que soube do curso da FAOP durante estágio no Museu de Arte Sacra na Universidade da Bahia. Rosilene Salomé também era pura animação. “Fazer esse curso para que o patrimônio histórico prevaleça é uma responsabilidade muito grande. É um compromisso que eu tenho para as próximas gerações”, diz ela que mora em Ouro Preto, mas nasceu no município de Teixeiras, na Zona da Mata do estado.
O presidente da FAOP, Jefferson da Fonseca, destaca a importância do retorno. “É com grande satisfação que retomamos as atividades presenciais do Curso Técnico de Conservação e Restauro da FAOP, o primeiro curso formal desse ofício reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). O ensino dessa atividade acontece de forma prática. Portanto, ao receber os alunos e alunas de volta à nossa instituição, estamos também dando um importante passo para a preservação de nosso patrimônio cultural e artístico”, afirma.
Duas aulas inaugurais (turno manhã e noite) foram ministradas no auditório Vinicius de Moraes, na última segunda-feira (07/03). Pela manhã, a pesquisadora Williene Nascimento compartilhou suas experiências na restauração de papéis. “É uma grande vitória, depois de tudo que passamos nesse período de distanciamento, poder voltar, estar presente em sala de aula e nos laboratórios”, diz Williene que já foi aluna e professora da instituição.
Já no turno da noite, a coordenadora do Laboratorial de Conservação e Restauração Jair Afonso Inácio|Labcor, Bianca Monticelli, apresentou parte de sua rotina de trabalho e de sua equipe de estagiários, que são alunos do curso técnico. Os estudantes visitaram as dependências da Casa Bernardo Guimarães, que abriga os ateliês de pintura, escultura e papel.
Elisangela Figueiredo, professora no Ateliê de Escultura, diz que agora, de fato, os alunos saberão como é todo o trabalho que envolve a restauração. “Foi feito um esforço nas aulas online onde tentamos repassar o conhecimento para os alunos, mas trata-se de um trabalho que é muito prático. Algumas lacunas ficaram abertas no ensino remoto”, diz.
Foto: Divulgação / FAOP