No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Governo de Minas e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) decidiram aprimorar o acesso ao crédito às micro e pequenas empresas lideradas por mulheres.
A linha Empreendedoras de Minas – que ao longo de 2020, devido à pandemia, teve juros iniciais reduzidos de 0,95% para 0,79% ao mês – terá nova diminuição durante março. O valor da taxa inicial será de 0,68% ao mês.
Podem acessar o crédito empresas mineiras com participação societária feminina igual ou superior a 50% do capital social, há pelo menos meio ano. O pagamento é em até 48 meses, com carência de até seis meses. A simulação e a contratação podem ser feitas de forma ágil, 100% on-line, pelo site do banco ou por correspondentes bancários em todas as regiões do estado.
Sonho vira realidade
Foi justamente pelo site do BDMG, em 2020, que Aparecida Dimas Rosa conseguiu tirar do papel um projeto que tanto desejava. A proprietária da Clínica Veterinária Sagrada Família, instalada em Belo Horizonte, tinha o sonho de realizar a reforma e modernização das instalações da clínica.
“Tive conhecimento da linha de crédito ‘Empreendedoras de Minas’ por uma amiga. Foi uma experiência muito positiva e simples conseguir o recurso pelo site. O processo foi fácil, prático e sem burocracia. Não acreditei quando o dinheiro foi liberado”, lembra.
À frente do negócio há 13 anos, Aparecida Rosa explica que a obra resultou em ganhos e agradou à clientela. “Os clientes estão mais satisfeitos, uma vez que o local passou a contar com uma infraestrutura melhor para receber os animais”, diz.
Expansão
Em dezembro do ano passado, Elza Maria do Nascimento Soares, empreendedora que está à frente da Casa do Bolo Vovó Elza, passou pela quarta experiência de pegar um empréstimo pelo BDMG. Desta vez, a linha escolhida foi ‘Empreendedoras de Minas’.
“Quando fiquei sabendo que existia a possibilidade de tomar um financiamento com juros mais baixos, tive certeza que era o momento de fazer a expansão na empresa. Com o recurso, ampliei e reformei a cozinha e comprei equipamentos novos. Além disso, contratei mais uma funcionária”, conta.
De acordo com Elza Maria, a pandemia ampliou o número de encomendas. “A alimentação fora diminuiu porque as famílias passaram a ficar mais em casa. Com isso, nossos pedidos aumentaram. Daí a necessidade de termos uma estrutura maior para darmos contar de atender a nossa clientela”, disse.
O planejamento no médio prazo já está traçado: expandir a produção da Casa do Bolo em 30%. A empresária, que produz 100 bolos por dia, pretende saltar para 130 unidades/dia. “O investimento que fiz me deu a chance de sonhar mais alto”, comemora.
Oportunidade
A empresária novalimense Maria Gisele Guedes da Luz, que há nove anos abriu a Ótica Solari, enxergou na linha de crédito uma oportunidade para turbinar o negócio.
Com seis unidades na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Maria Gisele gastava boa parte do seu tempo com o deslocamento entre as lojas. “Necessitava de um gerente para fazer este trabalho. A condição facilitada e uma taxa de juros competitiva incentivaram a compra de um veículo para que a atividade fosse realizada”, explica.
Dessa forma, a empresária diz ter mais tempo para gerir o negócio, sobretudo na tomada de decisão. “O planejamento é abrir mais uma loja neste ano, em agosto. Além disso, já está em curso a expansão dos negócios por meio de franquia”, detalha.
Desafios
A iniciativa do BDMG vem em um momento de desafios especiais para o empreendedorismo feminino. Segundo pesquisa do Sebrae, realizada no ano passado, os negócios liderados por mulheres tendem a ser os mais afetados durante a pandemia. Ao todo, 52% dos empreendimentos femininos foram impactados, contra 47% dos negócios masculinos.
A linha “Empreendedoras de Minas” do BDMG foi lançada em março de 2018. Desde então, foram desembolsados cerca de R$ 90 milhões para 2.476 empresas situadas em 336 municípios mineiros.
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