Saneouro alerta para os riscos do lançamento de objetos e óleo de cozinha nas redes coletoras, que podem provocar transbordamentos, mau cheiro e proliferação de doenças.
O papel higiênico, o cotonete, o preservativo, o absorvente, a bituca de cigarro, as embalagens e as sacolas plásticas têm algo em comum: depois de usados, todos viram lixo. Mas, segundo especialistas, o lugar correto para esses resíduos não é o vaso sanitário nem os encanamentos domésticos.
O descarte inadequado de objetos nas redes coletoras de esgoto pode provocar entupimentos, transbordamentos e sérios riscos à saúde da população. “Sempre repetimos este mantra: esgoto não é lixo”, afirma o superintendente da Saneouro, Evaristo Bellini. “As redes que retiram o esgoto dos imóveis foram projetadas apenas para transportar água contaminada após o uso doméstico, não resíduos sólidos.”
Entupimentos e doenças
Quando materiais indevidos são jogados na rede, eles se acumulam e bloqueiam o fluxo do esgoto. O resultado é o transbordamento, que pode ocorrer tanto nas vias públicas quanto dentro das residências. Além do mau cheiro, o problema cria um ambiente ideal para a disseminação de doenças como disenteria, diarreia, viroses e cólera.
Outro inimigo silencioso é o óleo de cozinha usado. Quando despejado na pia, ele se acumula nas tubulações e endurece, obstruindo o sistema. “O óleo pode ser reaproveitado na fabricação de sabão ou doado para empresas que fazem sua coleta e reciclagem. Jogá-lo no ralo é um grande erro”, alerta Bellini.
Chuvas aumentam o risco
Em Ouro Preto, durante o período chuvoso, o risco de transbordamentos cresce ainda mais. Isso acontece quando as redes de escoamento de água da chuva dos imóveis estão ligadas indevidamente às redes de esgoto.
“O volume de água pluvial aumenta muito e supera a capacidade da rede de esgoto, fazendo o esgoto retornar para as ruas ou até para dentro das casas”, explica o superintendente.
Bellini reforça que as redes de água de chuva e de coleta de esgoto devem ser completamente independentes. A separação correta evita prejuízos, contaminações e garante o bom funcionamento do sistema público de saneamento.
“Cuidar do que vai para o esgoto é cuidar da saúde de todos”, conclui Bellini.
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