25 anos
Município registra 309 casos de diarreia, 29 ISTs e 22 ocorrências de violência; cenário exige ações estratégicas e integradas da Secretaria de Saúde.
A Secretaria de Saúde de Mariana divulgou, nesta terça-feira (25), o Boletim Epidemiológico referente ao mês de outubro de 2025, trazendo dados que, além de orientar o planejamento das equipes, também ligam um sinal de alerta para problemas que vêm se agravando na saúde pública do município. O levantamento, produzido pela Vigilância e Proteção à Saúde com base nas notificações realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS), mostra um panorama detalhado dos agravos registrados e aponta desafios que exigem respostas rápidas e coordenadas.
Entre os números mais preocupantes está o alto volume de casos de diarreia, que alcançou 309 registros apenas no mês de outubro — o maior entre todos os agravos notificados. O índice acende preocupação sobre a qualidade da água, manipulação de alimentos, condições de saneamento e educação em saúde, reforçando a necessidade de campanhas preventivas e monitoramento contínuo.
Outro dado que chama atenção é o conjunto de notificações relacionadas às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Foram registrados 29 casos de ISTs, além de 8 casos de sífilis não especificada, 2 em gestantes e 1 de sífilis congênita, o que indica transmissão ativa e falhas na prevenção, diagnóstico precoce e acompanhamento durante o pré-natal.
O boletim também registra 22 notificações de violência interpessoal ou autoprovocada, um número expressivo que revela impactos sociais e emocionais que ultrapassam o campo da saúde e exigem ações intersetoriais com assistência social, educação e segurança pública.
Entre os demais agravos, destacam-se ainda:
– 38 atendimentos antirrábicos,
– 26 casos de COVID-19,
– 18 intoxicações exógenas,
– 15 acidentes com animais peçonhentos,
– 13 acidentes de trabalho e 6 com material biológico,
– além de doenças como pneumonia (6), dengue (6), tuberculose (1), leishmaniose visceral (1) e meningite (1).
Ações necessárias: o que a Secretaria de Saúde pode implementar
Diante dos dados, especialistas e servidores da vigilância apontam que o cenário, embora monitorado mensalmente, requer medidas estruturadas e contínuas. Entre as ações que podem ser fortalecidas pela Secretaria de Saúde estão:
• Intensificação da vigilância da qualidade da água
Coleta ampliada, análise de potabilidade e ações conjuntas com o SAAE para identificar possíveis pontos de contaminação.
• Campanhas educativas sobre higiene e manipulação de alimentos
Voltadas a famílias, escolas e comerciantes, com foco em prevenção de surtos de diarreia.
• Ampliação da testagem e prevenção de ISTs
Ofertando testagem rápida em unidades básicas, ações itinerantes em escolas e campanhas sobre uso de preservativos, além de reforçar o pré-natal para evitar novos casos de sífilis congênita.
• Acompanhamento das notificações de violência
Encaminhamento imediato para atendimento psicológico, rede de proteção e criação de fluxos integrados com CREAS, escolas e segurança pública.
• Capacitação contínua das equipes de vigilância e atenção básica
Garantindo agilidade na notificação e no acompanhamento dos agravos.
O boletim, divulgado mensalmente, segue sendo um instrumento fundamental para compreender a realidade sanitária da cidade e orientar políticas públicas. Com os dados de outubro, a Secretaria de Saúde reforça o compromisso de aprimorar as estratégias de prevenção, cuidado e enfrentamento aos principais problemas que afetam a saúde dos marianenses.
Foto: Ilustração
