O mais recente Boletim Econômico de Mariana, que você viu aqui no Panfletu´s, elaborado pela Secretaria Municipal de Diversificação Econômica, Tecnologia e Inovação, traz um panorama detalhado sobre a conjuntura social e econômica do município. Os dados revelam transformações profundas na estrutura populacional, no mercado formal de trabalho e no comportamento dos preços, refletindo tanto a influência da mineração quanto o aumento expressivo da população flutuante.
Segundo o Observatório Econômico de Mariana, o município já abriga cerca de 100 mil habitantes, número 55% superior ao estimado oficialmente pelo IBGE. Esse contingente inclui aproximadamente 35 mil pessoas classificadas como população flutuante, cuja presença intensifica a demanda por moradia, transporte, serviços públicos e infraestrutura urbana.
Outro ponto destacado é o envelhecimento populacional. Os censos mostram redução no número de jovens entre 15 e 24 anos, enquanto cresce de forma acelerada a população acima dos 35. Idosos com 65 anos ou mais representam hoje quase 10% dos residentes.
No mercado de trabalho, o relatório evidencia forte dependência dos setores de mineração e construção civil, marcados por ciclos instáveis de expansão e retração. O fim das obras de reconstrução de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo resultou em queda significativa no saldo de contratações formais. Além disso, os dados revelam grande desigualdade salarial: enquanto uma parcela numerosa dos trabalhadores recebe até 2 salários mínimos, um grupo menor, ligado sobretudo à mineração e serviços técnicos especializados, concentra rendimentos muito superiores.
O boletim também apresenta o comportamento recente da inflação local. Entre maio e outubro de 2025, o grupo Habitação foi o principal responsável pela alta do custo de vida, influenciado por reajustes de aluguéis e insumos da construção civil. Medidas municipais, como o Programa Tarifa Zero, ajudaram a amenizar pressões sobre o grupo Transportes.
A publicação conclui reforçando a importância da implementação de políticas públicas como a Lei da População Flutuante, que obriga empresas a informar ao município dados sobre trabalhadores temporários, permitindo planejamento mais eficaz diante das rápidas transformações econômicas e demográficas.
Foto: Boletim econômico / Secretaria de Inovação e Tecnologia