Produto atenderá demandas do Sistema Único de Saúde (SUS) e do mercado privado.
A Fundação Ezequiel Dias (Funed) deu um importante passo para a transformação do conhecimento científico em produtos para o atendimento de demandas de saúde do país. Foi assinado em (12/12) e publicado no sábado (14/12), no Diário Oficial de Minas Gerais, um contrato de cessão remunerada de tecnologia com a Allegro Biotecnologia. O acordo permite à empresa levar ao mercado o primeiro medicamento nacional para uso humano baseado na toxina botulínica, similar ao botox.
Apesar de ser popular nas clínicas de estética, a toxina botulínica é indicada também para tratamentos médicos, como em casos de espasmos musculares, estrabismo e paralisia facial, contribuindo para uma melhor qualidade de vida da população.
O contrato inclui a construção de uma fábrica em Minas Gerais, uma determinação do governador Romeu Zema e do vice, Professor Mateus, conforme afirmou o presidente da Funed, Felipe Attiê.
“Além da promoção da saúde e do apoio à pesquisa e desenvolvimento da fundação, a iniciativa visa criar empregos e gerar renda para o nosso estado. A parceria resultará na criação da primeira empresa produtora de ‘botox’ no Brasil, visto que hoje, a substância é totalmente importada”, diz.
No projeto de produção da toxina botulínica, a Funed, por meio da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD), trabalhou em conjunto com a Allegro Biotecnologia.
“Com a parceria Funed e Allegro, que se iniciou antes mesmo da assinatura do contrato, coube à fundação, inicialmente, garantir a infraestrutura, insumos e competência técnica, além de suporte laboratorial, teórico e prático para a purificação da toxina botulínica que é componente principal do botox. Após a cessão da tecnologia para a Allegro, fica a cargo da empresa todos os testes pré-clínicos, clínicos e envase para ter o produto no mercado, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, detalha o pesquisador da DPD, Luiz Guilherme Dias Heneine, responsável pelo Serviço de Imunologia Aplicada.
O contrato também prevê o repasse de parcelas à Funed pela comercialização do medicamento ao longo de dez anos. A Allegro Biotecnologia arcará também com os custos de desenvolvimento do projeto assumidos pela Funed nos últimos três anos, incluindo despesas com reagentes, água, energia e recursos humanos.
Para o responsável pelo Nipac, Bruno Castro, a cessão da tecnologia é um marco para a Funed. “Essa cessão vai gerar resultados para fundação, não apenas financeiros, mas para a pesquisa. O decreto nº 47442/2018 prevê que os recursos advindos da cessão da tecnologia retornem para o desenvolvimento de novos projetos para inovação”, conclui.
Segundo o fundador da Allegro Biotecnologia, Otto Mozzer, a parceria com a Funed e a interação com o sistema de pesquisa e inovação de Minas Gerais foram fundamentais para o desenvolvimento da tecnologia no Brasil.
“A expectativa é de que essa parceria se expanda e continue a ser preciosa no desenvolvimento das etapas industriais que possibilitarão levar o medicamento ao mercado”, afirma.
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